NA NATUREZA SELVAGEM (Into the Wild, 2007, 148min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn,
baseado no livro de Jon Krakauer
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay
Harden, William Hurt, Jena Malone, Kristen Stewart, Hal Holbrook, Vince Vaughn,
Catherine Keener, Brian H. Dierker.
É fato que a
maioria das pessoas gosta de “Na Natureza Selvagem” (2007), e isso não
se dá apenas por esta ser uma grande obra cinematográfica; vejo amigos no Facebook venerando a famosa
fotografia de Christopher McCandless sentado defronte ao ônibus que o abrigou
em seus últimos dias e percebo que, independente da trilha sonora, das atuações
do elenco, da direção de Sean Penn ou de qualquer outro detalhe, o filme ganha
só por sua história – e, muito mais que isso, ganha por ter uma reflexão (e ela
está explícita!) a ser passado ao público. Reflexão essa, aliás, que até hoje
nos soa como um “tabu”: afinal, como alguém de família classe média-alta e
estudante universitário diferenciado, decide se afastar do convívio social para
viver na natureza? Ou melhor, para viver A natureza?
Assim, o
andarilho (vivido nas telas por Emile Hirsch) ruma sob o codinome de Alexander
Supertramp, levando consigo em sua mochila a “desobediência civil” e outros
ideais. Entretanto, o que faz de McCandless/Supertamp uma pessoa extremamente
diferenciada são seus pequenos gestos: ele quer ouvir experiências de todos os
tipos, é contra qualquer ideia de “lar”... no fim, o próprio garoto leva tudo
tão a sério que acaba entrando em contradições.
Baseado na
biografia escrita por Jon Krakauer sobre as andanças de Chris McCandless e com
roteiro adaptado pelo diretor Sean Penn, é certo que o road movie vai
abusar do olhar fotográfico de Eric Gautier e não se abster das imagens
naturais, as quais variam do início ao fim, passando por climas e relevos dos
mais variados. Além disso, acalentado pelos embalos comoventes da musicalidade
do líder do Pearl Jam, Eddie Vedder, o filme representou um importante passo na
carreira de Sean Penn como diretor, fazendo-o alçar voo e abrindo portas para
novos projetos.
por Bruno Barrenha