A MALVADA (All
About Eve, 1950, 138 min)
Direção: Joseph L.
Mankiewicz
Roteiro: Joseph L.
Mankiewicz
Indicações: 1. Melhor
Filme | 2. Melhor Diretor | 3. Melhor Atriz (Anne Baxter) | 4.
Melhor Atriz (Bette Davis) | 5. Melhor Ator Coadjuvante | 6. Melhor Atriz
Coadjuvante (Celeste Holm) | 7. Melhor Atriz Coadjuvante (Thelma Ritter) | 8. Melhor
Roteiro Original | 9. Melhor Fotografia PB | 10. Melhor Direção de Arte PB |
11. Melhor Figurino PB | 12. Melhor Edição | 13. Melhor Som | 14.
Melhor Trilha Sonora
Nominadas em 1951: Anne Baxter: “A Malvada” || Bette Davis: “A Malvada” || Eleanor Paker: Caged || Gloria Swanson: “Crepúsculo dos
Deuses” || Judy Holliday: “Nascida Ontem”.
Durante o curso
da vida, qualquer um de nós pode (e provavelmente vai) se deparar com alguém
que se aproxima fingindo amizade, com segundas intenções escondidas.
Sentimentos de inveja ou predisposição para traição são comuns nessas pessoas.
Quando se é famoso, então, esse tipo de “admirador” é ainda mais presente e
perigoso. Esse é o caso da personagem Eve Harrington. Eve é o assunto na boca
de todos em “A Malvada” (1950). Ela
era capaz de esperar horas na fila do teatro, chuva e tudo, para assistir a uma
apresentação da estrela Margo Channing. Diz ter tido uma existência triste, na
qual o teatro representou a única esperança. De forma até comovente, Eve
consegue entrar na vida de Margo e no seu círculo de amizades. No entanto,
surge em seu caminho a oportunidade de se tornar atriz também, e logo Margo se
vê perdendo tudo – a carreira, a fama e até o amante – para a jovem estrela em
ascensão, outrora uma pessoa de sua íntima confiança.
“A Malvada”, com
14 indicações, é um dos filmes mais nominados na história do Oscar – ganhou
seis, incluindo Melhor Filme e Diretor para Joseph L. Mankiewicz. A rigor, é
uma história sobre o mundo do teatro, mas sua realidade poderia perfeitamente
ser adaptada para o cinema. É um daqueles filmes nos quais tudo funciona. A história
é conduzida pelo diálogo, e que diálogos – embora as falas tomem precedência
sobre a imagem, isso não incomoda o espectador, que fica se lamentando por mais
pessoas não falarem desse jeito na vida real. E o elenco é simplesmente
perfeito: George Sanders levou o Oscar de coadjuvante pelo papel do crítico
teatral, mas Anne Baxter como Eve, Celeste Holm e Thelma Ritter também estão
inegavelmente fantásticas. O filme ainda conta com uma pequena participação de
Marilyn Monroe, pouco antes de se tornar estrela.
O que nos leva à
Bette Davis. Seu desempenho como Margo é absolutamente soberbo. No exterior,
ela é durona e até meio cínica (e Davis aproveita ao máximo as falas cortantes
da sua personagem), mas revela seu interior inseguro para as pessoas mais próximas,
e para o espectador também. Bette Davis é tão incrível no papel de Margo que
acabou repetindo, de certa forma, esse personagem em “Lágrimas Amargas” (outro
desempenho indicado ao Oscar). É interessante notar que no Oscar de 1950, ela e
Anne Baxter concorreram na categoria de Atriz principal, e nenhuma delas ganhou
– talvez pelo fato das duas atrizes do filme terem concorrido na mesma
categoria, elas tenham dividido as chances entre os votantes. O fato de Davis
não ter vencido é triste, mas de certa forma isso é justificado pela história
de “A Malvada”. Imaginam o que teria acontecido se Baxter tivesse ganhado?
Algumas pessoas poderiam começar a enxergar traços de Eve na atriz...
por
Ivanildo Pereira
3 comentários:
Pra mim, "A Malvada" é um dos melhores filmes de todos os tempos. Um grande roteiro do Joseph L. Mankiewicz e com atuações maravilhosas do elenco. Porém, a da Bette Davis é antológica, com alguns momentos que entraram para a história de Hollywood. A concorrência dela esse ano era difícil e, apesar de adorar a atuação dela, meu voto seria da Gloria Swanson.
Bah! Estava faltando mesmo "A Malvada" por aqui. Bette Davis esplêndida e um roteiro impecável, Eve é uma das vilãs mais bem desenvolvidas da histórias do cinema.
história*
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