VAIDOSA
(Mr. Skeffington, 1944, 146 min)
Direção: Vincent Sherman
Roteiro: Julius J. Epstein
e Philip G. Epsteins, baseado no romance de Elizabeth von Arnim.
Indicações: 1. Melhor Atriz |
2. Melhor Ator Coadjuvante
Nominadas
em 1945:
Barbara Stanwyck: Pacto de Sangue || Bette Davis: Vaidosa || Claudette Colbert:
Desde Que Partiste || Greer Garson: Mrs. Parkington, a Mulher Inspiração || Ingrid
Bergman: À Meia Luz
Realizando pelo cineasta Vincent Sherman, do saudado “Em Nosso Tempo” (1944), em meados da
segunda guerra mundial, “Vaidosa” (1944),
foi um dos primeiros filmes direcionados ao público feminino. Ciente de que boa
parte da audiência de cinema daqueles Estados Unidos envolvidos no conflito em
terras europeias era de mulheres, a Warner, empresa pela qual a atriz Bette Davis era contratada, resolveu
produzir um filme protagonizado por uma mulher. A trama seria romântica,
cômica, dramática, meio novelesca, mas descontraída e que exaltasse certas
qualidades femininas mais evidentes para a época. Logo, temos Fanny (Bette Davis), uma bela moça, sedutora,
mas que antes de “devorar” homens, tem muito mais apreço pelo jogo da sedução.
De família abastada, Fanny se diverte
reunindo seus pretendentes na imponente mansão onde mora com o irmão George (Walter Abel). Em seu ambiente nativo,
aproveita para manipular aqueles homens ao seu bel prazer, fazendo os exaltar
sua beleza, elegância e altivez. Contudo, a prosperidade e tranquilidade de
outrora entra em cheque quando se depara falida pelos negócios mal conduzidos
pelo irmão. Nesse momento, entra na trama o educado personagem do Sr.
Skeffington (Claude Rains), que
intitula originalmente o filme. Cavalheiro, empresário bem sucedido, com qual
George tem uma suntuosa dívida, acaba apaixonado por Fanny e a moça, para
saudar os problemas do irmão, se rende as investidas do homem e aceita se casar
com ele.
O matrimônio do casal, apesar do respeito
mútuo, nunca se torna pleno, principalmente por Fanny continuar sua jornada de
diversão, seduzindo homens da sociedade enquanto deixa a filha do fruto de seu
relacionamento com o Sr. Skeffington em segundo plano. Em certo momento, a
narrativa se torna redundante, com cenas de teor semelhante e creio que um
corte não faria nem um pouco mal para fluidez da história. Contudo, devemos
lembrar que estamos falando de uma obra da era clássica do cinema
norte-americano, um típico épico hollywoodiano
e com uma atriz deveras magnética. Então, talvez, fosse mesmo necessário
aproveitar mais tempo de sua beleza em cena, principalmente pela personagem ser
um artífice da moda da época, praticando diversas trocas de figurino,
maquiagem, cabelo, o que era um inevitável atrativo para o público feminino.
Apesar desse inicio agradável, carismático,
cômico, “Vaidosa”
ganha contornos mais atrativos e dramáticos quando uma terrível doença deixa
Fanny debilitada e desprovida de beleza. Aqui é o momento em que a atriz Bette Davis se despe do caricato da
personagem e presenteia o público com uma atuação vigorosa. Desacreditada,
amargurada, Fanny torna se uma mulher alienada e o roteiro, assinado pelos
irmãos Epstein, guarda as
melhores frases e monólogos para essa segunda etapa. No entanto, como os extras
do documentário contido no DVD de Vaidosa
informam, o diretor Vincent Sherman
deixou a atriz livre para improvisar, e como essa também era uma característica
conhecida e prezada por Bette Davis,
fica evidente que nuances de algumas cenas não estavam no script.
Reconhecida mais pelo notório talento do
que pela beleza ou sensualidade aplicada a Fanny, creio que “Vaidosa”
seja o momento em que a atriz mais demonstre formosura. Nesse sentido, mesmo
por ter uma beleza contida, pequena em relação a outras estrelas da época, o
encanto de sua atuação vibrante acaba dimensionando mesmo sua personagem como
“a mais bonita da cidade”. Certamente, “Vaidosa”
não estará em uma lista dos melhores filmes de Bette Davis, mas ainda assim é uma produção cercada de atrativos
e acredito até que de certa forma dialoga com os melhores trabalhos da atriz,
entre eles, a obra-prima “O Que
Aconteceu com Baby Jane?” (1962).
por Celo Silva
4 comentários:
Nunca assisti a esse filme, mas adorei o texto do Celo. Parabéns!!!
Caso queiram aqui tem dvds raros da atriz Bette Davis http://www.revistariaribeiro.com.br/bette+davis_qObette+davisxSM
O Oscar de Atriz nessa cerimônia foi para Ingrid Bergman, por seu papel em A Meia-Luz, não?
Gostaria de saber quais tem, tenho preferência por áudio em português
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