VITÓRIA AMARGA (Dark
Victory, 1939, 104 min)
Direção: Edmund Goulding
Roteiro: Casey Robinson,
baseado na peça de George Emerson Brewer Jr.
Indicações: 1. Melhor Filme
| 2. Melhor Atriz | 3. Melhor Som
Nominadas em 1940: Bette Davis: “Vitória Amarga” || Greer Garson: “Adeus, Mr. Chips” ||
Greta Garbo: “Ninotchka” || Irene Dune: “Duas Vidas” || Vivien Leigh:
“... E O Vento Levou”.
Judith Traherne
é uma jovem socialite sem nenhuma preocupação na vida. Participar de festas e
ocasionalmente cavalgar são suas maiores ocupações. Porém, algo está errado com
ela: dores de cabeça, tonturas e desmaios se tornam cada vez mais comuns. Muito
a contragosto, ela se consulta com o gentil dr. Steele, e o diagnóstico é
terrível: um grave problema neurológico, para o qual uma operação é o único
tratamento. Após a operação, Judy apaixona-se por seu médico e passa por um
período feliz. Porém, a ameaça de uma reincidência da doença pode destruir sua
felicidade e sua vida.
O papel de Judy
era um dos favoritos da estrela Bette Davis, e assistindo ao filme é fácil
descobrir por que. Bem jovem quando fez o filme, a atriz exala charme e carisma
no inicio da história, quando dá vida à personagem teimosa e forte. Mais tarde,
quando as circunstâncias alteram sua vida, Davis retrata com maestria as
mudanças pelas quais Judy passa – de mocinha fútil a mulher adulta e sábia,
capaz de se importar com alguém além de si mesma.
A história de
uma pessoa jovem forçada a encarar uma doença grave é prato cheio para o
melodrama, e nesse quesito “Vitória Amarga” (1939) não decepciona. É um filme
muito antiquado, tão antiquado quanto o bigodinho do galã George Brent, que
interpreta o dr. Steele. O romance é feito sob medida para emocionar a plateia
feminina e as viradas na história são previsíveis para qualquer espectador de
novelas. Porém, o filme tem qualidades: entre os coadjuvantes vemos, em inicio
da carreira, Humphrey Bogart e Ronald Reagan; e as cenas finais conseguem ser
realmente emocionantes. Mérito de Bette Davis, capaz de comover mesmo em
histórias com tons folhetinescos como essa. Ela transforma Judy numa personagem
carismática e forte, e graças ao papel a atriz conquistou merecidamente sua
quarta indicação ao Oscar.
por Ivanildo Pereira
3 comentários:
A história pode não ser das "melhores", mas fiquei intrigado a ver o filme. Era totalmente desconhecido pra mim... Enfim, pelo visto vale a pena!
Eu gosto de verdade desse desempenho dela porque ela não é a rabugenta mórbida de sempre. Aqui, mesmo na pior, ela está simplesmente feliz, e é lindo vê-la assim.
Vale lembrar que, atualmente, o enredo do filme é bem batido, mas que para a época, era um tema bastante delicado e, inclusive, teve o roteiro recusado diversas vezes antes de ser aprovado, pois segundo os patrocinadores, "Ninguém quer ver um filme que narra a história de uma herdeira em vias de ficar cega e morta."
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