ANTHONY HOPKINS
(31/12/1937 – West Glamoran, País de Gales)
Primeiro filme: The White Bus (1967)
Principais trabalhos: “As Duas Vidas de Audrey Rose” (1977), “O Homem Elefante” (1980), “Nunca
Te Vi, Sempre Te Amei” (1987), “O Silêncio dos Inocentes” (1991), “Retorno a
Howards End” (1993), “Nixon” (1995), “Amistad” (1997), Hannibal” (2001),
“Dragão Vermelho” (2002).
Indicações ao Oscar: 1992 – Melhor Ator: “O Silêncio dos Inocentes” - venceu | 1994 – Melhor Ator: “Retorno a Howards End” | 1996
– Melhor Ator: “Nixon” | 1998 – Melhor Ator Coadjuvante: “Amistad.
Indicados em 1992: Anthony Hopkins por “O Silêncio dos Inocentes” (1991) | Nick
Nolte por “O Príncipe das Marés” (1991) | Robert De Niro por “Cabo do Medo”
(1991) | Robin Williams por “O Pescador de Ilusões” (1991) | Warren Beatty por
“Bugsy” (1991).
Se por acaso
alguém somar todo o tempo de cena do ator Anthony Hopkins em “O Silêncio dos Inocentes” (1991), verá
que ele aparece no filme apenas por cerca de 15 minutos. Porém, quando o filme
acaba, é o seu personagem que mais fica na memória do público. No papel do
psicopata canibal Hannibal Lecter, Hopkins aterrorizou legiões de cinéfilos e
deu vida a um dos maiores vilões do cinema, provando que um grande ator num
papel interessante nem precisa aparecer no filme inteiro para causar impressão.
Em “O Silêncio
dos Inocentes” Jodie Foster vive a jovem agente do FBI Clarice Starling,
encarregada de entrevistar o ex-psiquiatra (e maníaco) dr. Lecter para traçar o
perfil de outro assassino em série, o tenebroso Buffalo Bill (Ted Levine), que
mata mulheres e arranca segmentos de suas peles. Aos poucos, uma estranha
relação de confiança (e por que não, de amor?) se estabelece entre Clarice e
Lecter, mas este guarda a chave do mistério para encontrar Buffalo Bill.
É um dos grandes
filmes de suspense/terror do cinema, e foi merecidamente consagrado no Oscar
daquele ano. Ganhou os cinco principais Oscars: Melhor Filme, Diretor (Jonathan
Demme), Roteiro (adaptado, no caso), Atriz (Foster) e Ator (Hopkins). No caso
de Hopkins, sua carreira se divide entre antes e depois do filme. Até então,
ele era um esforçado ator britânico que esporadicamente trabalhava em
Hollywood. Depois do Oscar, se tornou um dos maiores astros do mundo, e isso se
deve à sua grande atuação como Hannibal Lecter. A forma como ele é filmado
também ajuda (o personagem frequentemente é visto olhando para a câmera, na
direção do espectador, o que o deixa ainda mais perturbador), mas Hopkins
desenvolveu a inesquecível cadência de voz do personagem – segundo ele, baseado
na do computador HAL de “2001: Uma Odisseia no Espaco” (1968) – e sua aparência,
além de transmitir a inteligência e o refinamento do psicopata. E quando ele
finalmente entra em ação, Hopkins gela o sangue do público com sua
interpretação. É um personagem que poderia se transformar numa caricatura, mas
o ator o mantém assustadoramente real. Hopkins foi tão marcante no papel que o
repetiu em outros filmes, “Hannibal” (2001) e “Dragão Vermelho” (2002). Mas no
seu caso, é a primeira vez que nunca se esquece. “O Silêncio dos Inocentes” é
um excelente filme e Hopkins foi merecidamente reconhecido pelo Oscar.
por
Ivanildo Pereira
Um comentário:
O maior mérito de Anthony Hopkins na pele de Hannibal Lecter foi humanizar um vilão que tinha tudo para ser odiado. Só que aconteceu o contrário: Hannibal Lecter é "amado" e isso que me deixa mais intrigada em relação ao trabalho deste grande ator. Gosto muito de "O Silêncio dos Inocentes", um filme tenso e muito bem construído, com duas grandes atuações, merecedoras de todas as vitórias no Oscar.
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