NICOLAS
CAGE
(07/01/1964 – Califórnia, Estados Unidos)
Primeiro
filme:
“Picardias Estudantis” (1982) – creditado como Nicolas Coppola.
Principais
trabalhos:
“Arizona Nunca Mais” (1986), “Feitiço da Lua” (1987), “Coração Selvagem”
(1990), “Despedida em Las Vegas” (1995), “Cidade dos Anjos” (1998), “Um Homem
de Família” (2000), “Adaptação” (2002), “A Lenda do Tesouso Perdido” (2004),
“Motoqueiro Fantasma” (2007).
Indicações
ao Oscar:
1996 – Melhor Ator: “Despedida em Las Vegas” – venceu | 2003 – Melhor Ator: “Adaptação”.
Indicados
em 1996:
Anthony Hopkins por “Nixon” (1995) | Massimo Troisi por “O Carteiro e o Poeta”
(1995) | Nicolas Cage por “Despedida em Las Vegas” | Richard Dreyfuss
por “Mr. Holland – Adorável Professor” (1995) | Sean Penn por “Os Últimos
Passos de um Homem” (1995).
Não se sabe muito bem qual
o momento de dar fim a alguma coisa. Simples. Em qualquer tipo de situação
prazerosa o fim é sempre a pior parte. O término de um relacionamento de marido
e de pai, o esquecimento de um ciclo coletivo e valorizado e os prazeres dos
vícios mundanos são temas abordados pelo eficiente “Despedida em Las Vegas (1995)”, filme do duvidoso diretor Mike
Figgis.
A obra anda sobre cacos
afiados, todos pertencentes a vida de John O’Brien, que se suicidou dois meses
depois de lançar o livro em que se baseou o filme. Trata-se de uma projeção que
sangra todos os percalços da vida desse homem alcoólatra, abandonado em suas
convicções e sonhos. A fidelidade às folhas é emocionante, mesmo que
melancólica, induz a um sentimento prioritário a qualquer ser humano:
solidariedade. Nessa obra, então, somos levados a vida de dois sócios de uma
vida miserável, necessitados do carinho do mundo, mas jogados cada vez mais em
direção ao abismo da solidão e da morte.
Ben, personagem de Nicolas Cage, é o sujeito quebrado que
vai levantar as pautas produzidas por O'Brien e, mais tarde, por Figgis. Um
homem sem emprego, jogado pela mulher e esquecido pelo filho, e que, para somar
como argumento, tem um vício terrível no álcool, atropelado pela sua condição.
De forma mais simples, o indivíduo é um beberrão abandonado pelas pessoas mais
importantes de sua vida. Não pense, assim, que Ben possa ser uma personagem
superficial, pelo contrário, o roteiro é tão rico que a figura desse homem
cresce assombrosamente, focando numa fragilidade plena no semblante de Cage,
estourando um balão de melancolia que arrasta toda nossa atenção para o
trabalho de atuação, de fato, a ser aplaudido.
Quando Ben decide se mudar
para Las Vegas e lá beber até morrer, seu mundo vira de cabeça para baixo. Ele
conhece Sera (Elizabeth Shue, exuberante), uma prostituta que se apaixona por
Ben e compõe a atmosfera mortal que acompanha os personagens. Sera surge para
tornar nítida a situação precária em que Ben se afunda cada dia um pouco mais,
e será, até o fim, a mão amiga que levará o cara até a beira do precipício. Se
existe tentativa de controlar a fúria de Nicolas Cage, Elizabeth Shue devolve
tudo com flores mortas. Sua situação também não é forte o bastante para salvar
Ben, mesmo que ela o entenda, seu único artifício é ser companhia de um homem
rejeitado.
Nicolas Cage poderia ter
uma carreira brilhante e invejável. Começou bem. Ainda muito novo, recebeu essa
indicação ao Oscar, saiu vencedor e louvado do Kodak Theatre; era o
próximo-homem do Cinema. Seu talento deixou o mundo espantado. A caracterização
perfeita do sujeito alcoólatra que anda aos tropicões em busca de morte, e que
seja, enfim, a vida; a transição da mente sóbria para a aura fantasiosa e de
novo para a sobriedade, culminando na depressão; faces de um mergulho
existencial do ator em busca da verdade. Extremamente detalhista, Cage
realmente impressiona em cena. Da fragilidade, aparente na cena em que, no meio
do sexo oral, pede que Sera pare e volte a conversar com ela, demonstrando
profunda habilidade do ator, ao ter que migrar da glória ao prazer (estimulado
por drogas), para a sutil percepção humana, até a infantilidade e agressividade
habituais em pessoas alcoólatras.
Cru e vazio, Nicolas Cage
levou muito a sério o perfil do homem inconsequente, brincalhão. Talvez, hoje,
esteja perdido no mundo e nas ideias como Ben estava. Diferentemente, em Ben
ainda havia uma consciência forte de seu estado, da sua falta de relevância.
por
Gustavo Pavan
3 comentários:
A melhor atuação da carreira do Nicolas Cage. Gosto muito de "Despedida em Las Vegas", da forma como a história se desenrola e da forma como a Elizabeth Shue também complementa e valoriza a excelente atuação de Nicolas Cage com sua, também, soberba atuação.
Nicolas e fera!
Nicolas Cage é o oposto de Tom Cruise.Ele só trabalha em filmaços e é péssimo ator,Cruise é antagônico.Esse Oscar foi vergonhoso,ganhar de A.Hopkins,R.Dreifuss,Sean Penn e o cara de O Carteiro e o Poeta foi no mínimo hilariante.
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