sábado, 13 de outubro de 2012

Categorias: Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante



INDICADOS:
- Brad Dourif, por “Um Estranho no Ninho”
- Burgess Meredith, por “O Dia do Gafanhoto”
- Chris Sarandon, por “Um Dia de Cão”
- George Burns, por “Uma Dupla Desajustada”
- Jack Warden, por “Shampoo”

George Burns foi o grande vencedor na categoria Melhor Ator Coadjuvante no Oscar de 1976. Era um desses comediantes que fazia mais sucesso na televisão do que no cinema, sendo que o cinema era algo que o ator levava mais como segunda opção mesmo, porém, ainda sim, Burns colecionou diversos êxitos. Mesmo que The Sunshine Boys (1975) não tenha ficado marcado na memória do público, é o filme que reconheceu o talento do veterano ator, mesmo que o seu talento seja mais bem explorado na "trilogia" - e que até hoje são os seus maiores sucessos -, Oh, God! ("Alguém Lá em Cima Gosta de Mim", 1977; "A Menina Que Viu Deus", 1980; e "O Céu Continua Esperando", 1984). Mesmo que Oh, God! seja mais aquele caso de continuações que deram certo, são os filmes que mais trouxeram visibilidade ao ator. Porém, neste caso, como se pode perceber, Burns pode ser considerado um homem de sorte de ter sido indicado na hora certa. Não que a sua atuação seja ruim, muito pelo contrário. Mas sabemos que a Academia prefere, muitas vezes, premiar alguém com medo que essa pessoa nunca mais concorra, ou algo do gênero (não que seja uma situação generalizada, mas é bem destacável).

Ao lado de George Burns, ainda tínhamos Jack Warden por "Shampoo" (1975); Chris Sarandon por "Um Dia de Cão" (1975); Brad Dourif por "Um Estranho no Ninho" (1975) e Burgess Meredith por um "Um Dia de Gafanhoto" (1975). Nunca fui muito fã de Chris Sarandon. Se bem que, nem posso comentar algo do ator, já que também só conferi os filmes mais medíocres dele (mesmo que sejam ótimos entretenimentos!) como "Brinquedo Assassino" (1988) e "A Hora do Espanto" (1985). Não consegui ver a atuação dele em "Um Dia de Cão", mas sabendo do sucesso e da temática do filme, acredito que a sua indicação seja no mínimo válida. Burgess Meredith, como foi apontado no texto do José Bruno, tem uma atuação excelente e merecedora, mas é o típico caso que a indicação já pode ser considerada uma boa vitória. Brad Dourif mesmo que, também tenha uma atuação simpática, ainda sim, era inferior às demais indicações. Ou seja, foi uma indicação mais para preencher a categoria. E, por fim, temos Jack Warden que traz consigo a pior atuação na categoria. "Shampoo" já é um filme discutível, mas a indicação do ator é mais ainda. O personagem é irritante, sendo assim, Jack não consegue salvar muita coisa. Uma indicação completamente desnecessária.

Sendo assim, só posso concluir que a categoria não estava muito bem representada. Tínhamos boas atuações, mas nenhuma parecia ser a mais sensata para ser a ganhadora do prêmio. Boas atuações não tornam um Oscar memorável, muito pelo contrário. No fim, a sensatez venceu. Afinal, Burns merecia por toda a carreira que havia construído. Sua atuação simpática, no fim, acabou sendo a mais merecedora. Mesmo que "Uma Dupla Desajustada" e a própria categoria daquele ano sejam extremamente esquecíveis.

INDICADAS:
- Brenda Vaccaro, por Once Is Not Enough
- Lee Grant, por “Shampoo”
- Lily Tomlin, por “Nashville”
- Ronee Blakley, por “Nashville”
- Sylvia Miles, por “O Último dos Valentões”

"Shampoo" realmente não foi um filme que sobreviveu ao tempo. Hoje, o filme é apenas mais um cult dentre tantos. Um filme que demarcou uma época e que ficou encerrado nela, tornando o filme bastante envelhecido. Estamos sempre na busca por obras atemporais, algo que o filme definitivamente não é. Sendo já bem datado, "Shampoo" foi o filme que fez com que Lee Grant fosse agraciada com o seu único Oscar, que, no caso, é de Melhor Atriz Coadjuvante. Tendo uma neurótica apaixonada nas mãos, Lee Grant nos entrega uma atuação quase mexicana e melodramática; mesmo que seja divertida, é algo meio estranho para se premiar. Claro que o filme em si já não ajuda muito, mas, infelizmente, neste caso o Oscar não foi nada merecido, aliás, não vejo nem motivos para que ela ter sido indicada.

Na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante temos também a indicação de Sylvia Miles por "O Último dos Valentões" (1975); Brenda Vaccaro por Once Is Not Enough (1975); Ronee Bakley e Lily Tromlin por "Nashville" (1975). Não conferi a desempenho de Brenda Vaccaro, mas ela teve críticas bem positivas (inclusive segura o filme, portanto...). Sylvia Miles apenas preenche a vaga, já que "O Último dos Valentões" (1975) é mais um desses clichês de filme noir, thriller policial e esse tipo de coisa. Ou seja, o filme já é esquecível como um todo. Portanto, nos resta às atuações de "Nashville" (1975) que, diferente dos outros filmes, era realmente o melhor filme da edição (não o melhor, mas merece essa menção por ser um bom filme, acima da média). Tendo vários personagens e situações, "Nashville" realmente possui atuações consideráveis. Ronee Bakley tem a atuação mais divertida do filme, já que ela interpreta uma cantora que "enlouquece" por conta da fama. Era, em disparada, a melhor atuação da noite e, pra mim, a vencedora da categoria. Lily Tromlin também tem uma boa atuação, mas é uma personagem pequena dentro da trama. Só vale mesmo pelo fato da atriz ter ido bem em cena, nada mais.

A categoria Melhor Atriz Coadjuvante estava do mesmo modo que a categoria de Melhor Ator Coadjuvante. A Academia indicou atuações esquecíveis e "quase" desprezíveis. Não que seja uma generalização, mas é fato que tem muita atuação que não merecia sequer a indicação. Ainda sim, podemos dizer que, pelo menos, alguns foram merecedores. Lee Grant, claro, não entra nesse grupo. Deste modo, só posso concluir que certamente foi bem esquecível, tanto que os próprios filmes hoje em dia estão esquecidos. Nem é necessário citar os motivos, são quase óbvios, afinal, nem tudo é atemporal o suficiente para se manter intacto para sempre. Que diga o filme "Shampoo".

por Alan Raspante

Um comentário:

Luís disse...

Da categoria masculina, talvez os grandes desempenhos sejam o de Sarandon e o de Burns, sendo o daquele mais interiorizado (e interessante) e o desse mais conciso, menos emocional. Qualquer um que ganhasse teria valido a pena.

Quanto às atrizes, Brenda Vaccaro tem minha simpatia absoluta. Lee Grant venceu devido ao Oscar que não lhe entregaram em 1952. :)