HELEN MIRREN (26/07/1945 – Londres,
Inglaterra)
Primeiro filme: Press for Time (1966, não-creditada) | Herostratus (1967)
Principais filmes: “Calígula” (1979), “2010 – O Ano
em que Faremos Contato” (1984), “As Loucuras do Rei George” (1994), “Tentação
Fatal” (1999), “A Rainha” (2006), “A Lenda do Tesouro Perdido: O Livro dos
Segredos” (2007)
Indicações ao Oscar: 1995 – Melhor Atriz Coadjuvante: As Loucuras
do Rei George || 2002 – Melhor Atriz
Coadjuvante: Assassinato em Gosford Park || 2007 – Melhor Atriz: A Rainha – venceu || 2010 – Melhor Atriz: A
Última Estação
O cinema em geral (e logo as principais premiações da
temporada, incluindo o Oscar também) tem um conhecido apreço por figuras políticas
da história mundial, sejam eles presidentes, deputados, primeiros-ministros,
monarcas medievais e modernos, como no caso, aqui, de a Rainha Elizabeth II do incensado
filme “A Rainha” (2006), dirigido
pelo britânico Stephen Frears. Se, então, o filme for uma realização concebida
com competência, certo que terá suas indicações garantidas na cerimônia do
Oscar. “A Rainha” foi lembrada para seis categorias, incluindo Melhor Filme,
mas o destaque mesmo ficou por conta da atuação da atriz britânica Helen Mirren,
que imersa em sua personagem, arrebatou a estatueta de Melhor Atriz. Creio que entre
as indicadas, de fato, deve-se reconhecer que era a atuação mais eloqüente,
apesar de contida na caracterização.
No entanto, se Helen Mirren entrega uma interpretação
marcante, lembrada até hoje, o filme de Stephen Frears é burocrático, por vezes
idiossincrático e respeitoso demais, por fim, não consegue a mesma proeza de se
tornar uma obra para a posteridade. A curta trama (90 minutos de duração) traz
um recorte de um caso envolvendo a família Real britânica e Lady Di, então
casada com o Príncipe Charles. Apesar de a temática envolver Diana, ela não é
foco da narrativa e nem chega a aparecer. A história, baseada no roteiro de
Peter Morgan, mostra os bastidores do acontecimento que ganhou as páginas dos
principais diários ingleses e traz uma Elizabeth II com o peso nos ombros de
ter que manter uma instituição milenar intacta. Afetada pela situação, ela
aparece humanizada e sensível a contextualização dos fatos, mas decidida a
tomar sempre a decisão final em prol de sua família, mesmo quando a linha
resolutiva do evento em questão aponta para outra direção.
Claro que “A Rainha”, como filme, tem suas aspirações
interessantes, como mostrar a família real como uma instituição preguiçosa e
acomodada. Todavia, o trato distanciado impede que o filme empolgue, soando, às
vezes, até como um documentário da BBC. Embora acredite que “A Rainha” seja uma
obra que exija um pouco de paciência do espectador, principalmente o não-britânico,
deve-se reconhecer, com louvor, a atuação de Helen Mirren. A atriz desconstrói
com competência sua personagem, passando a sensação de que existe uma pessoa de
sentimentos sinceros, porém reprimidos, por baixo daquela aparente frieza. E a
sua Elizabeth II fala muito por olhares e gestos, por isso afirmei, no inicio
do texto, a contenção da personagem e que agora explicito nas sutilezas de suas
ações, muitas vezes estudadas milimetricamente, para que não soem exageradas.
Afinal, como a família real britânica é lembrada por sua pompa e circunstância,
também é conhecida pela maneira política de avaliar seus problemas e Helen
Mirren traz com propriedade essas características.
por Celo Silva
3 comentários:
Assistindo ao filme, fico com a impressão de que Helen Mirren não conseguiu apresentar nenhuma singularidade na sua interpretação. Parece que qualquer atriz poderia conceber uma interpretação como a sua, o que torna sua vitória ainda mais duvidosa, já que suas concorrentes - mesmo Meryl Streep, coadjuvante - detinham momentos muitos mais poderosos em cena. Ainda que a ache eficiente, não enxergo motivos para a sua vitória.
Pra mim, a atuação da Helen Mirren é uma das melhores da década passada. Acho o trabalho dela extremamente difícil, principalmente porque interpretar a rainha Elizabeth II foi um trabalho extremamente interiorizado, de gestos, quase de mímica mesmo. E a Helen Mirren se saiu muito bem, mimetizando cada gesto da rainha e mostrando muito bem o conflito de uma mulher que vivencia um exercício de poder não para ser amada pelos outros, e sim para ficar de paz consigo mesma. Adoro o filme "A Rainha" também. Era meu favorito no ano em que concorreu ao Oscar.
Ela mereceu ter um Oscar, em cada papel que ela faz um trabalho maravilhoso! se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com esta produção, Beleza Oculta que estreará em TV, para mim é um dos grandes filmes de Hollywood.
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