NICOLE KIDMAN (20/06/1967 – Honolulu, Estados
Unidos)
Primeiro filme: Bush Christmas (1983)
Principais
trabalhos: “Dias
de Trovão” (1990), “Um Sonho sem Limites” (1995), “Moulin Rouge – Amor em
Vermelho” (2001), “As Horas” (2002).
Indicações ao Oscar: 2002 – Melhor Atriz: Moulin Rouge
– Amor em Vermelho || 2003 – Melhor Atriz: As Horas – venceu || 2011 – Melhor Atriz: Reencontrando a Felicidade
A australiana Nicole Kidman, desde os seus primeiros
trabalhos, sempre foi um nome promissor. Muitas vezes angariada pelo casamento
com o astro Tom Cruise, de quem se separou em 2000, a atriz parece viver à
sombra do sucesso do marido, apesar de já ter muitas vezes se destacado em suas
interpretações e, inclusive, sido reconhecida por isso, como é o caso do filme
“Um Sonho sem Limites” (1995), que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz
em Comédia/Musical em 1996. No entanto, foi a partir de 2000 – coincidentemente
depois do seu divórcio – que a atriz ruiva se tornou notória e, mais do que
isso, conquistou o grande público devido ao apelo bastante popular dos filmes
que estrelou. Somente na primeira metade da década passada, Kidman esteve
recorrente nos grandes filmes: sejam eles aclamados pela crítica, pelo público
ou, ainda, pelos dois – podemos citar: “Os Outros” (2001), suspense que se
aparenta com “O Sexto Sentido” (1999), mas, apesar das semelhanças, guarda sua
expressão própria; “Moulin Rouge – Amor em Vermelho” (2001), considerado como a
reinvenção do gênero musical; “As Horas”
(2002), drama aclamadíssimo de Stephen Daldry, que conta também com Meryl
Streep e Julianne Moore; “Dogville” (2003), incursão da atriz na equipe do
excêntrico e perturbador Lars Von Trier; “Reencanação” (2004), filme polêmico
que trata questões bastante delicadas sobre a dialética vida-morte. A partir de
2005, uma série de más escolhas fez com que Kidman ficasse associada a filmes
de gosto duvidoso e perdesse parte de sua credibilidade. Nosso foco, porém, é
justamente o ano de 2002, quando a atriz participou da fita que lhe valeria seu
único Oscar como Best Actress in a
Leading Role.
Sua participação no filme de Stephen Daldry dura apenas 28
minutos – curioso notar que ela fica menos tempo em cena do que Julianne Moore
(33 minutos), indicada na categoria de atriz coadjuvante. Contudo, apesar do
pouco tempo, a atriz arrebatou os votantes com sua composição de uma Virginia
Woolf bastante perturbada, cheia de questionamentos sobre o que vale mais entre
viver numa prisão disfarçada ou morrer, mesmo que isso signifique matar-se.
Como ela mesma diz num determinado momento, “é preciso que alguém morra para
que os outros valorizem a vida” – e, ironicamente, como se sabe tanto pela
História quanto pelo filme, a própria Virginia Woolf acabou se suicidando. Para
compor uma personagem tão introspectiva e ensimesmada, voltada mais para os
seus pensamentos, aflições e perturbações do que para o mundo ao seu redor,
Nicole se afunila mais em olhares do que em gestos e seus olhos dizem mais que
qualquer movimento seu ao longo de toda a trama. Sua interpretação se concentra
nas suas expressões e no seu tom de voz, sendo eles toda a essência da
transformação da atriz Nicole Kidman na personagem Virginia Woolf. Num primeiro
momento, aliás, é bastante difícil enxergar uma na outra e isso não se deve
apenas ao trabalho de maquiagem, bastante eficiente – se deve realmente ao
envolvimento de uma atriz expansiva como Kidman numa personagem tão
interiorizada quanto Woolf. Começo esse parágrafo citando justamente o tempo em
cena da atriz a fim de fazer o seguinte contraste: apesar de efetivamente não
aparecer no filme nem por ¼ de tempo de sua duração, a expressão de inquietude
que refrange a personagem dura o tempo todo em nossa mente, mesmo quando estão
as outras atrizes em cena. “As Horas” marcou a primeira vitória de Kidman,
sendo que ela também havia sido nominada no ano anterior pelo musical comandado
por Baz Luhrmann e seria ainda nominada em 2011 pelo trabalho “Reencontrando a
Felicidade” (2010), de John Cameron Mitchell.
por Luís Adriano de
Lima
4 comentários:
vale lembrar outro excelente trabalho dela em Dogville!
em AS Horas o justo seria que ela dividisse o prêmio com a Julianne Moore e a Meryl Streep mas como não foi possível que tenha sido a Nicole por tudo o que filme representa!
Adoro os trabalhos de Nicole Kidman, que no meu gosto pessoal só perde para Natalie Portman.
As Horas é um grande filme com atuação perfeita de minha deusa Kidman.
Abraços
Acredito que a vida pessoal da Nicole, afeta muito a sua carreira e é assim com toda grande estrela.Ela faz parte do seleto grupo de GRANDES ATRIZES que também são DIVAS.
As Horas é a obra prima do Daldry,Nicole está inspirada e ganhou merecidamente o Oscar.
:)Adorei, Luís Adriano :)
A melhor fase na carreira de Nicole que parece que vai dar a volta por cima interpretando Grace Kelly.
"As Horas" é extraordinariamente envolvente. A vida dessas mulheres me fascina!
Abs.
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