Opiniões - Parte 3

Neste ano de 2013 a Academia conseguiu algo louvável: a diversidade nos seus indicados. Claro que há aqueles filmes que são vangloriados durante todo o ano que se passou, porém, a Academia conseguiu, de algum modo, surpreender.  Esse paralelo serve muito bem para destacar o modo que foi a edição de 1989, pois, nesta edição a Academia dava sinais de “surpresa”. Claro que não há a possibilidade de fazer todo um panorama do ano de 1988 pra ver se houve melhores lançamentos e tudo mais, porém, a Academia naquele ano parecia estar disposta a premiar os melhores filmes, afinal, a lista de indicados deste ano é uma das melhores de todos os tempos (a maioria foi se tornando “clássico” com o tempo).

“Rain Man” (1988), “Ligações Perigosas” (1988), “Um Peixe Chamado Wanda” (1988), “A Insustentável Leveza do Ser (1988)” e “Quero Ser Grande (1988)” já são pequenos clássicos do cinema contemporâneo. Portanto, acaba sendo bem simples definir a edição de 1989 como as melhores (é uma das melhores, mas não chega a ser memorável como outras conseguiram ser). “Rain Man” pode até possuir críticas negativas atualmente (principalmente pelo fato de como o autismo foi retratado dentro do filme), mas foi o filme que mais obteve indicações na época (sendo 8 indicações no total). O filme ainda teve a proeza de levar os principais prêmios: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Roteiro Original. O filme, sem sensacionalismo, mereceu ter ganhado esses Óscares (principalmente o de Melhor Ator, pois, Dustin Hoffman possui uma das melhores atuações de toda a sua carreira).

Outra particularidade desta edição acaba sendo as indicações dos filmes “Uma Secretária do Futuro” (1988), “Quero Ser Grande” e “Uma Cilada para Roger Rabbit” (1988). Esses três filmes tem em comum o fato de serem comédias praticamente banais que, com certeza, se fossem lançadas uns anos depois não teriam o mesmo “sucesso”. Se bem que, os três filmes, possuem qualidades que para a época poderiam ser um avanço: “Uma Secretária do Futuro” é o filme mais fraco de Mike Nichols, mas trata do poder da mulher em uma época ainda bem machista; “Quero Ser Grande” é a definição de uma verdadeira comédia romântica, mas é encantador e possui uma trama que acaba sendo a cara dos anos 80 (hoje já seria algo mais “trash”) e, “Uma Cilada para Roger Rabbit” só possui bons efeitos especiais, pois mistura atores normais com desenhos animados. Portanto, acaba sendo bem latente essas três indicações.

A edição ainda possui outras indicações bacanas como “Duro de Matar” (de 1988, nas categorias técnicas como Melhor Som, Melhor Edição de Som, Melhor Montagem e Melhor Efeitos Especiais) e “Nas Montanhas dos Gorilas” (1988, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora sendo que o filme não ganhou em nenhuma indicação). A edição ainda é um “marco” por ter premiado Geena Davis em seu primeiro papel de destaque pelo filme “O Turista Acidental” (1988). Em um saldo final a impressão que fica desta edição é que eles realmente escolheram os melhores do ano. Ou na melhor hipótese: escolheram os filmes que fizeram sucesso entre o público. Algo que mudou bastante com o tempo.  No fim, é uma edição bastante simpática por esse motivo.

por Alan Raspante