A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER (The Unbearable Lightness of Being, 1988, 171 min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Philip Kaufman e Jean-Claude Carrière, baseado no
romance de Milan Kundera
Elenco: Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche, Lena Olin, Derek de
Lint, Erland Josephson, Donald Moffat, Daniel Olbrychski, Stellan Skarsgaard,
Clovis Cornillac.
Tomas (Daniel Day-Lewis) é um neurocirurgião vivendo em
Praga, Checoslováquia, em 1968. É um daqueles homens que possui grande
facilidade para tirar as roupas das mulheres. Apesar dos inúmeros casos, sua
companhia mais frequente é a artista Sabina (Lena Olin), uma mulher de vida tão
livre e sem amarras quanto ele. Tomas e Sabina se entendem perfeitamente: eles
só querem sexo um do outro (de preferência com ela usando um chapéu). Um dia
ele é chamado para fazer uma operação no interior e conhece Tereza (Juliette
Binoche), uma moça adorável e um pouco ingênua que acaba se apegando a ele.
Tereza, entretanto, não é como Tomas: segundo suas próprias palavras, ela “não
compreende como se pode fazer amor sem estar apaixonado”. Ao mesmo tempo,
ocorre a invasão soviética da Checoslováquia – e a vida leve destes personagens
é perturbada para sempre.
Baseado no livro de Milan Kundera, “A Insustentável Leveza do Ser” (1988) é mais uma grande realização
do produtor Saul Zaentz, cujo histórico no Oscar é vencedor (Ele produziu “Um
Estranho no Ninho” e “Amadeus”, vencedores em 1975 e 1984 respectivamente, e
voltaria a ser premiado com “O Paciente Inglês” em 1996). O diretor Phillip
Kaufman, com seu toque distintamente mais europeu que americano, explora sem
pudores os temas de sexualidade e liberdade da história, e o elenco é
fantástico. Day-Lewis é perfeito, Olin nunca esteve mais interessante e Binoche
cativa e conquista o espectador desde sua primeira aparição.
O filme é engraçado, sensível e comovente. Além disso
passamos a refletir, por meio dos personagens, sobre a nossa própria
existência. Tomas, ao longo da história, vê sua vida ficar mais “pesada” com o
acréscimo de Tereza, de um cachorro e de toda a situação política da época, mas
aprende que isso não é necessariamente ruim. O que é melhor: viver sem amarras
ou tê-las? O filme, inteligentemente, não responde a essa questão, deixando o
espectador livre para responder ele próprio. Mas é fato que, no belo final,
Sabina está triste, enquanto Tereza e Tomas estão felizes. Na opinião deste
comentarista, foi o melhor filme daquele ano, e sua ausência na categoria de
Melhor Filme é incompreensível.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Roteiro Adaptado: Jean-Claude Carrière e Philip
Kaufman
2. Melhor Fotografia: Sven Nykvist
por Ivanildo Pereira
2 comentários:
Sou fã desse filme. Acho o título, por sinal, poético e lindo! A atuação do trio central é poderosa, porém, se eu tivesse que escolher, a minha atuação favorita é a da Lena Olin, uma ótima atriz que sumiu, praticamente, do mapa.
Este filme está na minha lista pessoal dos melhores daquela década. Gosto muito do livro que, por sinal, me ajudou a ver o filme de uma outra forma da última vez que o assisti. Excelente texto Ivanildo!!!
http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2013/01/moonrise-kingdom.html
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