sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Insustentável Leveza do Ser



A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER (The Unbearable Lightness of Being, 1988, 171 min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Philip Kaufman e Jean-Claude Carrière, baseado no romance de Milan Kundera
Elenco: Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche, Lena Olin, Derek de Lint, Erland Josephson, Donald Moffat, Daniel Olbrychski, Stellan Skarsgaard, Clovis Cornillac.

Tomas (Daniel Day-Lewis) é um neurocirurgião vivendo em Praga, Checoslováquia, em 1968. É um daqueles homens que possui grande facilidade para tirar as roupas das mulheres. Apesar dos inúmeros casos, sua companhia mais frequente é a artista Sabina (Lena Olin), uma mulher de vida tão livre e sem amarras quanto ele. Tomas e Sabina se entendem perfeitamente: eles só querem sexo um do outro (de preferência com ela usando um chapéu). Um dia ele é chamado para fazer uma operação no interior e conhece Tereza (Juliette Binoche), uma moça adorável e um pouco ingênua que acaba se apegando a ele. Tereza, entretanto, não é como Tomas: segundo suas próprias palavras, ela “não compreende como se pode fazer amor sem estar apaixonado”. Ao mesmo tempo, ocorre a invasão soviética da Checoslováquia – e a vida leve destes personagens é perturbada para sempre.

Baseado no livro de Milan Kundera, “A Insustentável Leveza do Ser” (1988) é mais uma grande realização do produtor Saul Zaentz, cujo histórico no Oscar é vencedor (Ele produziu “Um Estranho no Ninho” e “Amadeus”, vencedores em 1975 e 1984 respectivamente, e voltaria a ser premiado com “O Paciente Inglês” em 1996). O diretor Phillip Kaufman, com seu toque distintamente mais europeu que americano, explora sem pudores os temas de sexualidade e liberdade da história, e o elenco é fantástico. Day-Lewis é perfeito, Olin nunca esteve mais interessante e Binoche cativa e conquista o espectador desde sua primeira aparição.

O filme é engraçado, sensível e comovente. Além disso passamos a refletir, por meio dos personagens, sobre a nossa própria existência. Tomas, ao longo da história, vê sua vida ficar mais “pesada” com o acréscimo de Tereza, de um cachorro e de toda a situação política da época, mas aprende que isso não é necessariamente ruim. O que é melhor: viver sem amarras ou tê-las? O filme, inteligentemente, não responde a essa questão, deixando o espectador livre para responder ele próprio. Mas é fato que, no belo final, Sabina está triste, enquanto Tereza e Tomas estão felizes. Na opinião deste comentarista, foi o melhor filme daquele ano, e sua ausência na categoria de Melhor Filme é incompreensível.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Roteiro Adaptado: Jean-Claude Carrière e Philip Kaufman
2. Melhor Fotografia: Sven Nykvist

por Ivanildo Pereira

2 comentários:

Kamila disse...

Sou fã desse filme. Acho o título, por sinal, poético e lindo! A atuação do trio central é poderosa, porém, se eu tivesse que escolher, a minha atuação favorita é a da Lena Olin, uma ótima atriz que sumiu, praticamente, do mapa.

J. BRUNO disse...

Este filme está na minha lista pessoal dos melhores daquela década. Gosto muito do livro que, por sinal, me ajudou a ver o filme de uma outra forma da última vez que o assisti. Excelente texto Ivanildo!!!

http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2013/01/moonrise-kingdom.html