INDICADOS:
- Dustin Hoffman por “Rain Man” (1988)
- Gene Hackman por “Mississipi em Chamas” (1988)
- Edward James Olmos por “O Preço do Desafio” (1988)
- Max Von Sydow por “Pelle, o Conquistador” (1987)
- Tom Hanks por “Quero Ser Grande” (1988)
Em 1989, pode-se dizer que nenhum dos cinco indicados na
categoria Melhor Ator era novato, uma vez que todos eles já eram
satisfatoriamente conhecidos do público, seja por suas participações no cinema
ou na TV. Dos cinco nomes que compunham essa categoria, dois já haviam sido
indicados anteriormente – aliás, esses dois, Gene Hackman e Dustin Hoffman, já
haviam inclusive vencido nessa mesma categoria. Em relação aos atores
estreantes na categoria, dois deles – Tom Hanks e Max Von Sydow – apareciam outras
vezes na lista dos indicados.
Tom Hanks é o único dessa lista a ser indicado por um filme
notadamente de comédia. Em “Quero Ser Grande”, apesar do corpo adulto, Hanks
interpreta um garoto de 12 anos cujo desejo foi atendido: tornou-se grande. As
situações são diversas – todas de natureza cômica –, uma vez que a maturidade
do rapaz obviedade não corresponde àquela que se espera que ele tenha. O filme
possui uma cena clássica: aquela em que Hanks e Robert Loggia tocam Heart and soul e, logo em seguida, Chopsticks num piano no chão numa loja
de brinquedos. Ele concorreria ainda outras quatro vezes: em 1994 e em 1995,
anos em que foi premiado, e em 1999 e 2001. Se, aos 33 anos, Hanks era o ator
mais jovem indicado aquele ano, Max Von Sydow era o mais velho (60 anos)
e também o único estrangeiro. O ator sueco competiu pelo seu desempenho na obra
“Pelle, o Conquistador”, filme que aborda a vida dos emigrantes que deixaram a
Suécia em busca de melhores condições de vida na Dinamarca. A segunda nominação
de Sydow foi ano passado, aos 83 anos, na categoria Melhor Ator Coadjuvante
pelo filme “Tão Forte e Tão Perto” (2011).
Edward James Olmos talvez não fosse verdadeiramente conhecido do grande
público que freqüenta o cinema. O ator, afinal, participava de muitas séries de
TV como coadjuvante, até finalmente ser chamar a atenção pelo seu desempenho na
obra “O Preço do Desafio”, na qual ele dá vida a um professor de matemática de
uma escola para hispano-americanos que parece não ter qualquer funcionalidade,
já que os alunos simplesmente não aprendem. O desafio a que o título se refere
é justamente a transformação pela qual os alunos de Jaime Escalante, personagem
de Olmos, passarão. O ator é o único dentre os cinco a não ser indicado
novamente e é também o único a interpretar um personagem real. Gene Hackman
já estava em suas quarta nominação, a qual se deu pela sua interpretação no filme
“Mississipi em Chamas”, que discorre a respeito de crimes polêmicos num dos
estados mais preconceituosos dos Estados Unidos. Hackman já havia concorrido em
ambas as categorias: como Melhor Ator Coadjuvante em 1968 – e seria nominado e
premiado nessa mesma categoria mais uma vez, em 1993 –, e como Melhor Ator em
1971 e 1972, ano em que venceu.
Por fim, o último nominado é justamente o vencedor: Dustin
Hoffman. O ator, que já havia sido indicado em 1968, 1970, 1975, 1980 e
1983, recebe seu segundo prêmio. Tendo ganhado anteriormente por “Kramer vs.
Kramer” (1979), agora Hoffman vence pelo road-movie
“Rain Man”, no qual ele interpreta um autista que recebe uma herança imensa do
seu pai e cujo irmão, que jamais soube de sua existência, decide tirá-lo do
hospital psiquiátrico a fim de conseguir parte do dinheiro. Todas as indicações
de Hoffman foram na categoria de atuação masculina principal e ele receberia
ainda uma sétima indicação em 1998, perdendo para Jack Nicholson. Algo de
interessante a se observar nessa categoria é que todos atores, salvo Sydow, são
californianos e competiram também pelos mesmos desempenhos no prêmios do Globo
de Ouro.
INDICADAS:
- Glenn Close por “Ligações Perigosas” (1988)
- Jodie Foster por “Acusados”
(1988)
- Melanie Griffith por “Uma Secretária de Futuro” (1988)
- Meryl Streep por “Um Grito no Escuro” (1988)
- Sigourney Weaver por “Nas Montanhas dos Gorilas” (1988)
Enquanto apenas um dos atores indicados na categoria
Melhor Ator tinha menos de 40 anos, apenas uma das atrizes indicadas na
categoria Melhor Atriz tinha mais de 40: Glenn Close. Também em oposição
à categoria masculina, todas as atrizes nominadas eram norte-americanas e
apenas uma delas jamais havia recebido indicações prévias: Melanie Griffith. Ainda,
podemos citar uma característica curiosa aqui: das cinco indicadas, duas
interpretavam personagens reais (Meryl Streep e Sigourney Weaver) e uma, Jodie Foster,
interpretava uma personagem baseada numa figura real. Aos 27 anos, Foster era a
mais jovem; aos 40 anos, Meryl Streep era decerto a mais veterana das
indicadas; e Sigourney Weaver detinha naquele ano uma distinção notável:
tornou-se um dos poucos intérpretes a conquistar dupla nominação em categorias
de atuação.
A mais jovem – Jodie Foster – não era novata. Já
havia sido indicada 12 anos antes na categoria Melhor Atriz Coadjuvante ao
interpretar Íris, a prostituta-mirim de “Taxi Driver” (1976). Em 1989,
destaca-se como Sarah Tobias, jovem que diz ter sido estuprada num bar, mas
cujo comportamento dito provocativo é colocado o tempo todo como justificativa
pelo que lhe aconteceu. Essa personagem lhe rendeu seu primeiro Oscar. Mais
tarde, em 1992, viria a segunda estatueta, pelo filme “O Silêncio dos
Inocentes” (1991); havia ainda para a coleção da atriz outra quarta nominação
em 1995, por “Nell” (1994). Mas é curioso observar que "Acusados" concorreu somente na categoria Melhor Atriz e venceu - a última vez que isso havia acontecido foi em 1958, 31 anos antes, quando Joanne Woodward venceu como Melhor Atriz por "As Três Faces de Eva" (1957), na única nominação em que o filme concorria. Melanie Griffith, como uma garota de poucos
recursos, mas com ambição e inteligência, é a verdadeira novata da categoria,
indicada pelo filme “Uma Secretária de Futuro”, no qual atua com Harrison Ford
e Sigourney Weaver, contra quem, por ironia, acabou competindo. Sigourney
Weaver, cujo debute no Oscar aconteceu em 1987, chamou a atenção para dois
de seus desempenhos no ano de 1988, o que lhe rendeu indicações tanto como
Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme de Nichols estrelado por Griffith, quanto
como Melhor Atriz pela cinebiografia de Dian Fossey, cientista que se ocupa em
descobrir o desaparecimento de gorilas numa montanha na África e cuidar para
que não haja mais abates aos animais. Weaver é a quinta intérprete a ser nominada
em ambas as categorias no mesmo ano e também a primeira a não ganhar por
nenhuma das indicações, caracterizando o ano de 1989 para a atriz como ano de
sucesso e fracassos duplos.
Finalmente, as grandes veteranas daquele ano. Como a
Marquesa de Merteuil, uma mulher refinada que faz jogos perigosos de sedução na
corte do século XVIII, Glenn Close chegou em 1989 à sua quinta nominação
e ainda não tinha vencido. Concorreu como Melhor Atriz Coadjuvante em 1983,
1984 e 1985, e como Melhor Atriz em 1988. Em 2012, com mais uma indicação na
categoria principal e mais uma derrota, a atriz se distingue como a atriz viva
com o maior número de indicações sem
vitórias. Vale lembrar que outras duas atrizes – Deborah Kerr e Thelma Ritter
– também detêm esse recorde, mas Close é a única dentre elas que ainda pode
mudar sua atual situação de “a maior perdedora”. Meryl Streep é Lindy
Chamberlain, uma australiana que vive o desespero de ter o filho assassinado
por um dingo durante um acampamento no deserto – mais desesperador ainda é não
acreditarem em sua história e acusarem-na de ter provocado a morte da própria
filha e orquestrado seu desaparecimento. Streep, cuja estréia no Oscar foi em
1979, celebra o aniversário de 10 anos de sua primeira indicação com mais uma
indicação. Seus números são curiosos: era a sexta
indicação na década de 1980 (1982, 1983, 1984, 1986, 1988, 1989); era sua oitava indicação na carreira (além dos
anos já mencionados, havia sido indicada previamente como Melhor Atriz
Coadjuvante em 1979 e 1980); já havia conquistado dois prêmios (em 1980 e
1983); e aquela era a segunda de três vezes – sempre na categoria Melhor Atriz
– que competiria com Glenn Close, tendo sido a anterior em 1988 e a seguinte em
2012, quando a venceu.
2 comentários:
Meus favoritos, nesse ano: Gene Hackman, por "Mississipi em Chamas". Em Melhor Atriz, fico dividida entre Meryl Streep, por "Um Grito no Escuro", e Glenn Close, por "Ligações Perigosas". Acho a performance da Jodie Foster em "Acusados" muito forte, mas acredito que Streep e Close estavam bem melhores. Foi uma decisão difícil da AMPAS... Uma categoria bastante equilibrada.
Adoro a Jodie mas a melhor atriz aquele ano foi Glenn Close e o melhor ator...Gene Hackman, com certeza
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