MISSISSIPI EM CHAMAS
(Mississipi Burning, 1988, 128 min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Alan Parker
Roteiro: Chris Gerolmo
Elenco: Gene Hackman, Willem
Dafoe, Frances McDormand, Brad Dourif, R. Lee Ermey, Gailard Sartain, Stephen
Tobolowsky, Michael Rooker, Kevin Dunn, Pruitt Taylor Vince.
Um dos personagens racistas de “Mississippi em Chamas” (1988) afirma, a certa altura do longa, que
existem duas culturas convivendo naquele estado sulista americano: a dos
brancos e a das pessoas de cor. Lá tudo é separado: um bebedouro para brancos e
outro para negros, diferentes banheiros, lugares reservados nos restaurantes...
O filme de fato retrata bem uma época terrível da história americana, quando o
governo, influenciado pelo movimento pelos direitos civis, decidiu pôr fim à
segregação racial. Nem que fosse pela força e total aplicação da lei, a
segregação no país deveria ser abolida.
Na trama, passada em 1964 e parcialmente inspirada em
eventos reais, dois ativistas dos direitos civis e um rapaz negro são assassinados
e têm seus corpos ocultados. Chegam à cidade dois agentes do FBI para
investigar o caso. O mais jovem, Ward (Willem Dafoe), é certinho, mas
determinado. O mais velho, Anderson (Gene Hackman), é durão, cínico e sabe como
as coisas funcionam naquele lugar. Logo ambos entram em conflito com a Ku Klux
Klan, responsável pelos assassinatos, e descobrem que pode ser necessário
driblar as leis para punir os culpados.
O diretor Alan Parker filma em locação, com figurantes que
garantem a autenticidade, e consegue boas atuações do elenco, especialmente
Hackman (fantástico) e Frances McDormand, como a esposa do auxiliar de xerife
que pode guardar a solução do mistério – ambos foram indicados ao Oscar. Porém,
Parker parece mais interessado em prender a atenção do espectador e em
reconstituir a época do que dizer algo realmente relevante sobre o racismo nos
Estados Unidos. O roteiro vagueia um pouco na metade da história, só voltando a
empolgar quando retoma o item principal: a personagem de McDormand. E para um filme
com esse tema, surpreendentemente, quase não há personagens negros, e os que
aparecem têm pouco tempo de tela. O ponto de vista dos negros não é ouvido em
“Mississippi em Chamas”, que funciona como suspense, mas é um pouco raso ao
abordar esse assunto tão polêmico.
INDICAÇÕES (1
vitória):
1. Melhor Filme: Frederick Zollo e Robert F. Colesberry
2. Melhor Diretor: Alan Parker
3. Melhor Ator: Gene Hackman
4. Melhor Atriz Coadjuvante: Frances McDormand
5. Melhor Fotografia: Peter Biziou – venceu
6. Melhor Edição: Gerry Himbling
7. Melhor
Som: Robert J. Litt, Rick Kline, Elliot
Tyson e Danny Michael
por Ivanildo Pereira
3 comentários:
Sou fã absoluta do Alan Parker e, pra mim, "Mississipi em Chamas" é um dos grandes filmes de sua carreira. Acho uma obra contundente e ainda atual, com um tema forte e que foi muito bem trabalhado. Uma pena que pouca gente conheça e tenha assistido.
eu adoro este filme e acho que foi muito, muito, muito injustiçado no Oscar
Que filmaço!!!!!
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