domingo, 21 de outubro de 2012

Tommy



TOMMY (Tommy, 1975, 111 min)
Produção: Reino Unido
Direção: Ken Russel
Roteiro: Ken Russel
Elenco: Ann-Magret, Oliver Reed, Roger Daltrey, Elton John, Jack Nicholson, Eric Clapton, John Entwistle, Keith Moon, Paul Nicholas, Tina Turner, Robert Powell.

Um dos maiores malucos da história do cinema foi o diretor britânico Ken Russell, falecido em 2011. Em 1975, ele se juntou a outros loucos, a banda de rock The Who, e o resultado foi “Tommy” (1975), a criativa ópera-rock que marcou época e conseguiu duas indicações para o Oscar. O filme conta a história do pequeno Tommy, que perde seu pai na Segunda Guerra. Sua mãe, a senhora Walker (Ann-Margret), entra em luto, mas acaba arranjando um novo marido, o malandro Frank (Oliver Reed). Ao testemunhar um incidente entre os dois, Tommy se torna, aparentemente, cego, surdo e mudo. Quando cresce (e então passa a ser interpretado pelo vocalista do The Who, Roger Daltrey), Tommy vira um mestre no pinball, o nosso conhecido fliperama (não perguntem) e começa aos poucos a recuperar sua voz, tornando-se eventualmente um astro do rock e uma figura praticamente messiânica.

“Tommy” é uma narrativa psicodélica, pontuda por simbolismos (o que é aquela igreja de adoração à Marilyn Monroe?). Russell usa de tudo: algumas pequenas animações, caleidoscópios de imagens, efeitos estranhos... É um filme britânico até a medula e muito identificado com a sua época. Visto hoje, é por demais datado (alguns dos efeitos devem provocar risos nas plateias modernas). Mas é contado com tanto entusiasmo pelo diretor e seu elenco que não consegue deixar de ser estranhamente cativante.

Como se trata de um musical, a narrativa toda é conduzida por canções. Felizmente as composições do The Who são, na sua maior parte, ótimas e empolgantes. E o filme ainda conta com as participações especiais de Eric Clapton, Elton John, Jack Nicholson e uma alucinada Tina Turner. Mas o show é de Daltrey – e seu cabelo, que chega quase a ser um personagem à parte – e Ann-Margret. A atriz canta bem, dança, se lambuza e dá tudo de si no papel da senhora Walker, e por isso conseguiu uma merecidíssima indicação ao Oscar de Melhor Atriz. “Tommy” é mais que um filme, é uma louca viagem e nem todo mundo abraça a proposta, mas é um dos maiores cults da história dos musicais.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Ann-Magret
2. Melhor Trilha Sonora Adaptada: Pete Townshend

por Ivanildo Pereira

2 comentários:

Kamila disse...

Adoro musicais, adoro rock, mas NUNCA conferi "Tommy". Fiquei curiosa, ainda mais depois do seu texto!

Luís disse...

Mais do que toda a loucura vista no filme, o que mais me impressiona é o desempenho de Ann-Margret, maravilhosa e em situações impressionantes. Adoro o momento de delírio no qual ela se lambuza de espuma, chocolate e feijão.