quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bette Davis: "A Malvada" (1950)



A MALVADA (All About Eve, 1950, 138 min)
Direção: Joseph L. Mankiewicz
Roteiro: Joseph L. Mankiewicz
Indicações: 1. Melhor Filme | 2. Melhor Diretor | 3. Melhor Atriz (Anne Baxter) | 4. Melhor Atriz (Bette Davis) | 5. Melhor Ator Coadjuvante | 6. Melhor Atriz Coadjuvante (Celeste Holm) | 7. Melhor Atriz Coadjuvante (Thelma Ritter) | 8. Melhor Roteiro Original | 9. Melhor Fotografia PB | 10. Melhor Direção de Arte PB | 11. Melhor Figurino PB | 12. Melhor Edição | 13. Melhor Som | 14. Melhor Trilha Sonora


Nominadas em 1951: Anne Baxter: “A Malvada” || Bette Davis: “A Malvada” || Eleanor Paker: Caged || Gloria Swanson: “Crepúsculo dos Deuses” || Judy Holliday: “Nascida Ontem”.

Durante o curso da vida, qualquer um de nós pode (e provavelmente vai) se deparar com alguém que se aproxima fingindo amizade, com segundas intenções escondidas. Sentimentos de inveja ou predisposição para traição são comuns nessas pessoas. Quando se é famoso, então, esse tipo de “admirador” é ainda mais presente e perigoso. Esse é o caso da personagem Eve Harrington. Eve é o assunto na boca de todos em “A Malvada” (1950). Ela era capaz de esperar horas na fila do teatro, chuva e tudo, para assistir a uma apresentação da estrela Margo Channing. Diz ter tido uma existência triste, na qual o teatro representou a única esperança. De forma até comovente, Eve consegue entrar na vida de Margo e no seu círculo de amizades. No entanto, surge em seu caminho a oportunidade de se tornar atriz também, e logo Margo se vê perdendo tudo – a carreira, a fama e até o amante – para a jovem estrela em ascensão, outrora uma pessoa de sua íntima confiança.

“A Malvada”, com 14 indicações, é um dos filmes mais nominados na história do Oscar – ganhou seis, incluindo Melhor Filme e Diretor para Joseph L. Mankiewicz. A rigor, é uma história sobre o mundo do teatro, mas sua realidade poderia perfeitamente ser adaptada para o cinema. É um daqueles filmes nos quais tudo funciona. A história é conduzida pelo diálogo, e que diálogos – embora as falas tomem precedência sobre a imagem, isso não incomoda o espectador, que fica se lamentando por mais pessoas não falarem desse jeito na vida real. E o elenco é simplesmente perfeito: George Sanders levou o Oscar de coadjuvante pelo papel do crítico teatral, mas Anne Baxter como Eve, Celeste Holm e Thelma Ritter também estão inegavelmente fantásticas. O filme ainda conta com uma pequena participação de Marilyn Monroe, pouco antes de se tornar estrela.

O que nos leva à Bette Davis. Seu desempenho como Margo é absolutamente soberbo. No exterior, ela é durona e até meio cínica (e Davis aproveita ao máximo as falas cortantes da sua personagem), mas revela seu interior inseguro para as pessoas mais próximas, e para o espectador também. Bette Davis é tão incrível no papel de Margo que acabou repetindo, de certa forma, esse personagem em “Lágrimas Amargas” (outro desempenho indicado ao Oscar). É interessante notar que no Oscar de 1950, ela e Anne Baxter concorreram na categoria de Atriz principal, e nenhuma delas ganhou – talvez pelo fato das duas atrizes do filme terem concorrido na mesma categoria, elas tenham dividido as chances entre os votantes. O fato de Davis não ter vencido é triste, mas de certa forma isso é justificado pela história de “A Malvada”. Imaginam o que teria acontecido se Baxter tivesse ganhado? Algumas pessoas poderiam começar a enxergar traços de Eve na atriz...

por Ivanildo Pereira

3 comentários:

Kamila disse...

Pra mim, "A Malvada" é um dos melhores filmes de todos os tempos. Um grande roteiro do Joseph L. Mankiewicz e com atuações maravilhosas do elenco. Porém, a da Bette Davis é antológica, com alguns momentos que entraram para a história de Hollywood. A concorrência dela esse ano era difícil e, apesar de adorar a atuação dela, meu voto seria da Gloria Swanson.

Adécio Moreira Jr. disse...

Bah! Estava faltando mesmo "A Malvada" por aqui. Bette Davis esplêndida e um roteiro impecável, Eve é uma das vilãs mais bem desenvolvidas da histórias do cinema.

Adécio Moreira Jr. disse...

história*