segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Anthony Hopkins: "O Silêncio dos Inocentes" (1991)




ANTHONY HOPKINS (31/12/1937 – West Glamoran, País de Gales)
Primeiro filme: The White Bus (1967)
Principais trabalhos: “As Duas Vidas de Audrey Rose” (1977), “O Homem Elefante” (1980), “Nunca Te Vi, Sempre Te Amei” (1987), “O Silêncio dos Inocentes” (1991), “Retorno a Howards End” (1993), “Nixon” (1995), “Amistad” (1997), Hannibal” (2001), “Dragão Vermelho” (2002).
Indicações ao Oscar: 1992 – Melhor Ator: “O Silêncio dos Inocentes” - venceu | 1994 – Melhor Ator: “Retorno a Howards End” | 1996 – Melhor Ator: “Nixon” | 1998 – Melhor Ator Coadjuvante: “Amistad.
Indicados em 1992: Anthony Hopkins por “O Silêncio dos Inocentes” (1991) | Nick Nolte por “O Príncipe das Marés” (1991) | Robert De Niro por “Cabo do Medo” (1991) | Robin Williams por “O Pescador de Ilusões” (1991) | Warren Beatty por “Bugsy” (1991).

Se por acaso alguém somar todo o tempo de cena do ator Anthony Hopkins em “O Silêncio dos Inocentes” (1991), verá que ele aparece no filme apenas por cerca de 15 minutos. Porém, quando o filme acaba, é o seu personagem que mais fica na memória do público. No papel do psicopata canibal Hannibal Lecter, Hopkins aterrorizou legiões de cinéfilos e deu vida a um dos maiores vilões do cinema, provando que um grande ator num papel interessante nem precisa aparecer no filme inteiro para causar impressão.

Em “O Silêncio dos Inocentes” Jodie Foster vive a jovem agente do FBI Clarice Starling, encarregada de entrevistar o ex-psiquiatra (e maníaco) dr. Lecter para traçar o perfil de outro assassino em série, o tenebroso Buffalo Bill (Ted Levine), que mata mulheres e arranca segmentos de suas peles. Aos poucos, uma estranha relação de confiança (e por que não, de amor?) se estabelece entre Clarice e Lecter, mas este guarda a chave do mistério para encontrar Buffalo Bill.

É um dos grandes filmes de suspense/terror do cinema, e foi merecidamente consagrado no Oscar daquele ano. Ganhou os cinco principais Oscars: Melhor Filme, Diretor (Jonathan Demme), Roteiro (adaptado, no caso), Atriz (Foster) e Ator (Hopkins). No caso de Hopkins, sua carreira se divide entre antes e depois do filme. Até então, ele era um esforçado ator britânico que esporadicamente trabalhava em Hollywood. Depois do Oscar, se tornou um dos maiores astros do mundo, e isso se deve à sua grande atuação como Hannibal Lecter. A forma como ele é filmado também ajuda (o personagem frequentemente é visto olhando para a câmera, na direção do espectador, o que o deixa ainda mais perturbador), mas Hopkins desenvolveu a inesquecível cadência de voz do personagem – segundo ele, baseado na do computador HAL de “2001: Uma Odisseia no Espaco” (1968) – e sua aparência, além de transmitir a inteligência e o refinamento do psicopata. E quando ele finalmente entra em ação, Hopkins gela o sangue do público com sua interpretação. É um personagem que poderia se transformar numa caricatura, mas o ator o mantém assustadoramente real. Hopkins foi tão marcante no papel que o repetiu em outros filmes, “Hannibal” (2001) e “Dragão Vermelho” (2002). Mas no seu caso, é a primeira vez que nunca se esquece. “O Silêncio dos Inocentes” é um excelente filme e Hopkins foi merecidamente reconhecido pelo Oscar.

por Ivanildo Pereira

Um comentário:

Kamila disse...

O maior mérito de Anthony Hopkins na pele de Hannibal Lecter foi humanizar um vilão que tinha tudo para ser odiado. Só que aconteceu o contrário: Hannibal Lecter é "amado" e isso que me deixa mais intrigada em relação ao trabalho deste grande ator. Gosto muito de "O Silêncio dos Inocentes", um filme tenso e muito bem construído, com duas grandes atuações, merecedoras de todas as vitórias no Oscar.