ELIZABETH (idem,
1998, 124 min)
Produção: Reino Unido
Diretor: Shekhar Kapur
Roteiro: Michael Hirst
Elenco: Cate Blanchett, Joseph Fiennes,
Geoffrey Rush, Christopher Eccleston, Richard Attenborough, Fanny Ardant, Eric
Cantona, Vincent Cassel, John Gielgud, Daniel Craig.
Conspirações, intrigas e suspense – esses elementos dão o
tom de “Elizabeth” (1998), a vigorosa dramatização da juventude e os primeiros
anos do reinado daquela que ficou conhecida como “rainha virgem” e que assumiu
o trono numa época tumultuada da história inglesa. Nascida em meio ao confronto
entre católicos e protestantes (e com a ameaça de uma guerra contra a França
batendo à porta), a jovem Elizabeth se vê forçada a entrar no jogo perigoso do
poder. Cate Blanchett, na época ainda pouco conhecida, conseguiu sua primeira
indicação ao Oscar de Melhor Atriz com esse papel. Ela mostra de forma
impressionante a transformação de sua personagem, de menina assustada a mulher
fria e poderosa.
Dirigido pelo indiano Shekhar Kapur e com roteiro de
Michael Hirst (que voltou aos dramas e intrigas da realeza como criador da
série “The Tudors”, de 2007), “Elizabeth” é um filme ágil e interessante, com
uma produção impecável – a direção de arte e os figurinos foram indicados ao
Oscar. No grande elenco, temos um fantástico Geoffrey Rush no papel do ambíguo
Walsingham, que se torna o principal conselheiro da rainha; Christopher
Eccleston faz o sinistro Duque de Norfolk; Vincent Cassel rouba algumas cenas
com sua divertida interpretação do Duque D’Anjou; e Joseph Fiennes, como o
interesse romântico de Elizabeth, Robert Dudley – o homem que ela amava e
paradoxalmente não pôde ter, apesar do seu poder. Em papéis menores, marcam
presença ainda a francesa Fanny Ardant, o diretor e também ator Richard
Attenborough, o lendário sir John Gielgud e Daniel Craig, num dos seus
primeiros papeis no cinema como um monge assassino.
Kapur e Hirst dão à história um tom de “O Poderoso Chefão”
(1972) – as lutas pelo poder, as reuniões sombrias e secretas e os assassinatos
não estão tão distantes do épico mafioso – e a trajetória de Elizabeth é
semelhante à de Michael Corleone. Acima de tudo, esta é a historia de uma
mulher que se tornou a mais poderosa do mundo e deu sua vida pelo país, mesmo
perdendo sua alma no processo. Em 2007, Blanchett, Kapur e Hirst se reuniram
para uma fraca e dispensável continuação, “Elizabeth: A Era de Ouro”. Mas o
brilho deste primeiro filme não se apaga. Uma aula de história e um trabalho
empolgante e muito cinematográfico.
INDICAÇÕES (1 vitória):
1. Melhor Filme: Alison Owen, Tim Bevan e Eric Fellner
2. Melhor Atriz: Cate Blanchett
3. Melhor Fotografia: Remi Adefarasin
4. Melhor Direção de Arte: John Myhre e Peter Howitt
5. Melhor Figurino: Alexandra Byrne
6. Melhor Maquiagem: Jenny Shircore – venceu
7. Melhor Trilha Sonora Original (Drama): David Hirschfelder
por Ivanildo Pereira
Um comentário:
Acho que o filme tem seus grandes aspectos na maquiagem figurino e fotografia, intercalando bons momentos de iluminação com momentos trevosos. Cate Blanchett só não consegue um desempenho mais notável porque o filme não a ajuda muito, senão decerto seria uma das melhores interpretações de sua carreira.
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