Os bastidores do Oscar: Gwyneth Paltrow e a estueta conquistada pelo desempenho como Viola de Lesseps em Shakespeare in Love. Na imagem, a atriz celebra a vitória ao lado do pai, Bruce Paltrow, falecido em 2002.
A cerimônia do Oscar tenta se reinventar desde sempre. E
em 1999 não foi diferente. Ou melhor: foi tão diferente que excedeu os padrões
estabelecidos por eles próprios. Talvez seja o medo que o fim de tudo estivesse
ali, afinal, era quase 2000. A virada do milênio. Obviamente, que é uma alusão
um tanto besta, mas, para uma cerimônia cheia de defeitos (mesmo que tenha tido
os seus acertos), chega a ser até mesmo válido. Mas isso é algo que a grande
maioria tenta esquecer, até mesmo porque houve rupturas gigantescas de lá pra
cá. Digamos que, com o tempo, o Oscar aprendeu a ser mais cauteloso e, claro,
estabeleceu um padrão para que não houvesse tais “problemas”.
O problema em questão se deve à suas indicações. É de
conhecimento geral que, na cerimônia de 1999, Roberto Benigni ganhou a sua
estatueta de Melhor Ator, assim como Gwyneth Paltrow ganhou a sua de Melhor
Atriz. Até aí tudo bem, isso se não parássemos para analisar sobre os outros
concorrentes. Roberto tem uma boa atuação em “A Vida É Bela” (1997), mas nada
que justificasse a sua vitória, ainda mais quando tinha como concorrente o ator
Edward Norton que estava em excelente atuação em “A Outra História Americana”
(1998). Gwyneth não fica atrás, porém, sua vitória é ainda mais contestadora.
Sua atuação é mediana e nada explica sua vitória, sendo que tínhamos uma
Fernanda Montenegro em êxtase por sua atuação em “Central do Brasil” (1998).
Claro, são dois casos até recorrentes em cerimônias do Oscar, mas posso definir
muito bem o “teor” de estranheza que foi esta cerimônia em particular.
Aliás, outro destaque é o fato dos filmes estrangeiros
ganharem mais destaques. Afinal, mesmo que o Oscar seja a maior festa e
premiação sobre cinema, é também a mais americana, sendo que a maioria dos
concorrentes são filmes hollywoodianos. O exemplo que mais se aproxima deste
fato é o Oscar deste ano (2012) no qual o filme francês “O Artista” (2011) saiu
como grande vencedor. Shakespeare in Love
é um bom filme, mas também bastante esquecível e mesmo assim saiu como o grande
vencedor da noite. Ou seja: 1999 não é um bom ano para ficar relembrando dentre
todas as cerimônias do Oscar. Mas, como já foi dito... É um suspiro de uma
época aonde quase houve uma inovação. Pena que escolheram a época e os filmes
errados para isso. Enquanto que, atualmente, temos que aguentar um padrão quase
nazista em cima dos ganhadores e concorrentes. Afinal, o vencedor nem sempre é
o melhor filme da premiação...
por Alan Raspante
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