UM PLANO SIMPLES (A Simple Plan, 1998, 121 min)
Produção: Estados Unidos / França / Reino Unido / Alemanha / Japão
Diretor: Sam Raimi
Roteiro: Scott B. Smith
Elenco: Bill Paxton, Bridget Fonda,
Billy Bob Thorton, Brent Briscoe, Jack Walsh, Becky Ann Baker.
Um avião caído no meio de uma reserva florestal, uma bolsa
com 4,5 milhões de dólares e três personagens enclausurados numa vida
interiorana sem grandes expectativas para o futuro senão continuar ali, vivendo
pacatamente. O título do filme alude àquilo que é mais objetivo no filme: o
plano aparentemente simples que os personagens traçam a fim de ficar com o
dinheiro e poder mudar de rumo.
A trama é, grosso modo, uma apresentação murphiana e,
logo, bastante irônica acerca da história de Hank, Jacob e Lou. O seu plano de
salvação – ascensão de uma vida ordinária para algo engrandecedor – é, na
verdade, o princípio da decadência física e psicológica de cada um. Jacob,
irmão de Hank, não consegue guardar segredo e seu retardo mental sempre coloca
a situação dos personagens em risco iminente; Lou, apesar de ter concordado com
as regras impostas por Hank, não pretende esperar até o fim do inverno (quando
a neve derreterá e o avião será descoberto, podendo haver alguém para reclamar
o sumiço do dinheiro) para recolher sua parte; Hank, por sua vez, se descobre
numa cilada, já que tanto seu irmão como seu amigo aparentemente são incapazes
de levar o plano adiante.
A trama de fim quase shakespeariano e de caráter niilista
é baseada no romance de Scott B. Smith, autor que ficou também responsável pela
adaptação da obra literária, transformando-a nesse roteiro nominado. A
narrativa, apesar de focado no constante suspense de o plano dar certo ou não,
também apresenta conflitos familiares bastante nítidos, sobretudo em relação
aos personagens principais, Hank e Jacob. Mais do que isso, o filme apresenta
uma excelente crítica aos julgamentos superficiais – numa passagem, Sarah
(Bridget Fonda), esposa de Hank, afirma que ninguém desconfiaria que um cidadão
tão exemplar como seu marido fosse capaz de fazer tudo o que fez; e ela tinha
completa razão acerca disso, provando o quanto a sociedade é apenas um jogo de
aparências e de crenças embasadas em suposições.
Bill Paxton, Bridget Fonda, Brent Briscoe e Billy Bob
Thorton – este nominado pela sua atuação – integram o elenco desse filme
criticamente aclamado, sobretudo pelo seu ritmo e pela sua atmosfera sempre
tensa. Curioso é ver Sam Raimi na direção, já que o diretor normalmente se
dedica a produções de terror de estética trash.
INDICAÇÕES:
1. Melhor
Ator Coadjuvante: Billy Bob Thorton
2. Melhor
Roteiro Adaptado: Scott Smith
por Luís Adriano de Lima
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