sábado, 20 de outubro de 2012

Hedda



HEDDA (Hedda, 1975, 103 min)
Produção: Reino Unido
Direção: Trevor Nunn
Roteiro: Trevor Nunn
Elenco: Glenda Jackson, Peter Eyre, Timothy West, Jennie Linden, Patrick Stewart.

Hedda (Glenda Jackson) acaba se casar com o Sr. Tesman (Peter Eyre). Após uma longa lua de mel, Hedda e Tesman parecem felizes, ainda mais se Hedda estiver realmente grávida, desejo do seu atual marido. Enquanto Tesman tenta a todo custo arrumar um emprego para cumprir com a sua obrigação de provedor da família, Hedda tenta se divertir como pode, mesmo que não tenha dinheiro suficiente para idealizar as suas vontades. A empregada da casa acaba sendo o alvo, já que a mesma não tem condições de ter um mordomo: seu sonho de consumo.

Assim como foi descrito no primeiro parágrafo, "Hedda" (1975) é isso mesmo o que você está pensando: extremamente inútil e infantil. O roteiro até tem pontos interessantes, mas todos são interligados por conta da personagem principal que surge como o grande destaque do filme. A trama incorpora um enredo sobre traições e manipulações, mas em nenhum momento encontramos resquícios que torne o filme tão bom quanto "Ligações Perigosas" (1988), filme de Stephen Frears que faria sucesso anos depois (no final da década de 80). Não serve como efeito de comparação, mas acaba sendo inevitável já que ambas as tramas possuem muito em comum. O problema de Hedda acaba sendo basicamente este: a falta de assunto. Há uma trama delineada, mas não possui desenvolvimento. Alguém deveria ter avisado ao diretor Trevor Nunn que uma única personagem não salva um filme do ostracismo.

Se bem que, "Hedda" é um filme com tantos pontos negativos que o roteiro acaba sendo o menor deles. O filme não possui nenhuma qualidade técnica e teve a proeza de envelhecer extremamente mal. A fotografia é irrelevante, assim como a direção de arte (também pudera, "Hedda", se passa em único cenário!). A trilha sonora é terrível e a direção praticamente inexistente. E mesmo assim, "Hedda" conseguiu uma indicação ao Oscar. Glenda Jackson é pavorosa em cena e só conseguiu a bendita indicação já que a personagem é a única coisa interessante do filme (digamos que seja uma versão vanguardista de Paola Bracho), mas ainda sim, não é um argumento justificável. "Hedda" é um filme de gosto duvidoso e nos tempos atuais é, o que podemos dizer, um filme que nasceu para ser trash. Como já disse: um filme extremamente dispensável.

INDICAÇÃO:
- Melhor Atriz: Glenda Jackson

por Alan Raspante

Um comentário:

Luís disse...

O que vale mesmo é a interpretação de Glenda Jackson, porque o filme enquanto obra artística decepciona.