sábado, 27 de outubro de 2012

Opiniões - Parte 1



John Williams recebe o prêmio de Melhor Trilha Sonora Original pela sua composição para o filme "Tubarão" (1975). Trata-se da 11ª indicação do compositor, sendo a sua segunda vitória, já que havia ganhado em 1972 pelo filme "Um Violinista no Telhado" (1971). Curiosamente, trata-se também da primeira vitória que o compositor conquistou por uma parceria com Steven Spielberg: seria premiado ainda por "E.T. - O Extraterrestre" (1982) e "A Lista de Schindler" (1993), respectivamente em 1983 e 1994.

A edição do Oscar de 1976 foi, com certeza, uma das mais felizes premiações. Afinal, mesmo que tenha as suas falhas (digo no quesito indicações mesmo), foi a edição que mais tentou prestigiar os melhores filmes do ano, mesmo que no final tenha havido uma massiva de "Um Estranho no Ninho" (1975) ao ganhar os principais prêmios da noite. Sem firulas, a Academia nomeou os melhores da noite e até tentou fazer justiça. Afinal, um filme como "Tubarão" (1975), nos tempos atuais, seria um filme reconhecido pela Academia? Obviamente que não, afinal, estamos em uma época na qual é exigida uma superioridade extrema. Depois de um certo tempo, a Academia tentou formar o seu clube, já que atualmente não é muito difícil saber quem serão os indicados nos próximos anos (quanto maior o prestígio de um cineasta, maiores são as chances de ele ter o seu filme indicado nas categorias principais). E isso, querendo ou não, é uma generalização. Pois, hoje em dia, diversos fatores contribuem para uma indicação. Posso estar errado, mas tenho a impressão de que o Oscar de 1976 ainda passa uma situação inversa à tudo isso.

Se você parar para pensar, irá perceber que os filmes indicados em 1976 possuem uma ligação importante entre si: todos os filmes, de uma forma ou de outra, são um verdadeiro progresso dentro do cinema. Todos os filmes buscam um diferencial para si. Seja a história de um homem "insano" (como o caso de "Um Estranho no Ninho"), ou seja, na história na qual um Tubarão é o grande protagonista. Seja blockbuster ou um filme mais sutil, os indicados são filmes diferentes e que conseguiram firmar no imaginário do público. Isso é algo que merece destaque, já que é não vem sendo uma situação recorrente atualmente. Pois mesmo que a Academia ainda mantenha o prestígio de outrora, é também sabido que cada vez mais vem sendo difícil manter este status. O mundo anda moderno e individualista demais para prestar atenção em novos clássicos ou premiações impactantes (talvez seja por isso que cada vez mais a cerimônia se torne um entretenimento e não uma premiação simples para premiar os melhores filmes do ano).

Lee Grant: a Melhor Atriz Coadjuvante da noite.
A noite teve as suas surpresas. Como já foi fito, "Um Estranho no Ninho" levou a melhor nas categorias principais, mas também era de se esperar, já que a obra de Milos Forman se tornou, com o tempo, uma obra atemporal. Ao lado de "Tubarão", acabou se tornando um clássico com o tempo. O filme realmente foi o melhor da noite (ganhou em Melhor Filme), teve a melhor direção da noite (ganhou de Melhor Diretor, afinal, Forman está em sua melhor forma!) e ainda ganhou em Melhor Ator e Melhor Atriz. Jack Nicholson realmente foi merecedor já que está imbatível em cena e, mesmo que Louise Fletcher seja mais uma coadjuvante do que atriz principal, também foi merecedora, já que tem uma boa atuação. No demais, "Tubarão" e "Barry Lyndon" (1975) acabaram levando os prêmios técnicos da noite. A cerimônia, claro, ainda fechou a noite com filmes duvidosos e esquecidos pelo tempo como "Shampoo" (1975), que levou de Melhor Atriz Coadjuvante, e "Hedda" (1975), que conseguiu uma indicação à Melhor Atriz. Isso apenas prova que, desde sempre, a Academia comete falhas. Se bem que, isso não é algo ruim, pois a Academia precisa aprender que falhas também fazem parte do show. Não é uma edição histórica, mas não chega a ser esquecível.

por Alan Raspante

2 comentários:

cleber eldridge disse...

- nâo tenho dúvidas de que foi o melhor ano de todos , na qual os cinco filmes eram excepcionais (Um Dia de Cão , meu favorito) e também concordo qu os cinco de alguma forma são "revolucionários" ;*

Kamila disse...

Realmente, 1976 foi um grande ano pro Oscar, especialmente no que diz respeito à seleção de filmes, uma das melhores da história do prêmio, o que valoriza ainda mais o feito de "Um Estranho no Ninho", um dos poucos filmes na história da premiação a ganhar os cinco Oscars principais.