segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Outra História Americana


A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (American History X¸1998, 119 min)
Produção: Estados Unidos
Diretor: Tony Kaye
Roteiro: David McKenna
Elenco: Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D’Angelo, Ethan Suplee.

O nazismo não é um tema novo e diversos filmes já o tiveram como pano de fundo (inclusive, podemos citar “A Vida é Bela” (1998) que também concorreu no Oscar de 1999). “A Outra História Americana” (1998) pode ser classificado como uma apresentação moderna desse tema, tendo em vista que não trata dos período de ascensão do regime de Hitler, mas sim de um período atual em que as lições apresentadas por ele ainda não foram esquecidas.

No filme acompanhamos a vida de Derek Vinyard (Edward Norton) como líder de um grupo neonazista. Após alguns acontecimentos, Derek é preso, e na cadeia, sua forma de ver a vida muda drasticamente. Quando  solto, Derek vê seu irmão mais novo seguindo seus  mesmos passos. O modo da narrativa não é assim tão linear, o que faz com que o espectador se envolva com o roteiro ansiando saber o desfecho da história.

O filme possui diversos pontos positivos, desde aspectos artísticos como a atuação brilhante de Edward Norton (principalmente na cena em que ele se mostra agressivo com a família, o que acontece aos quarenta e cinco minutos) e a participação positiva de Edward Furlong (que interpreta seu irmão, Danny Vinyard) até critérios técnicos como a trilha sonora (que prepara o espectador com um clima de tensão em diversas cenas) e a linda fotografia sabiamente usada nas cenas em preto e branco.

Vejo o longa como um aprendizado do quanto uma idéia incrustada no seio familiar pode prosperar: os ideais do pai, são passados ao primogênito, e dele, ao irmão mais novo. Dessa forma, para mim, considerando toda a trajetória do roteiro, o filme termina com uma pergunta: será que o novo pensamento de Derek resistirá ao fato de que aqueles que ele antes criticava e agora defende se tornaram principais responsáveis por algo negativo em sua vida?

INDICAÇÃO:
- Melhor Ator: Edward Norton.

por Renan Prado

10 comentários:

Luís disse...

O roteiro desse filme é maravilhoso mesmo, me surprende que ele não tenha sido indicado. E o que me choca nesse filme é o modo como o protagonista é maravilhoso na sua oratória, articulando tão bem seus argumentos que o espectador se encontra, às vezes, chocado, já que está seguindo o fluxo de pensamentos do personagens e se deixando influenciar, tão sólida que é sua colocação de palavras.

A meu ver, não apenas um bom título que exibe um excelente desempenho de Norton, mas uma fita que merece atenção pelo seu valor sociológico.

Anônimo disse...

Realmente. É muito interessante que o filme mostre todo esse processo pelo qual o protagonista passa e as mudanças que vão ocorrendo conforme os princípios dele começam a desmoronar. Edwar Norton está fantástico no papel!

Adecio Moreira Jr. disse...

O filme é de fato uma pérola, mas vocês escolheram uma foto muito indecoroso pra ilustrar o post, gente!

Huauahaa

Rodrigo Mendes disse...

Eu me choquei com o filme na época até mesmo com a edição para a TV.

Grande momento do Edward Norton. Um baita ator!

Abs.

Jon disse...

Excelente review, foi o primeiro que eu vi onde não citaram, de forma errôna, o termo "skinhead" e sim "neonazista". Edward Norton, nesse filme, deu início a uma grande sequência de excelentes filmes. Novamente, parabéns pelo review.

Unknown disse...

Tive o prazer de assistir esse filme no cinema. Lembro q sai bem impressionado e fiquei fã imediatamente de Ed Norton. Pena q esse diretor não produziu nada mais relevante.

Marcelo A. disse...

É, segurante, um dos grandes filmes daquele ano e, como o Luís comentou, impressiona que o que seu roteiro não tenha sido indicado. Isso sem falar na interpretação do Norton: visceral.

J. BRUNO disse...

Eu gosto muito deste filme, acho fantástica a forma com que ele busca no seio familiar a origem do preconceito e do ódio que sustentam as ideologias neo-nazis. A transformação do personagem do Edward Norton no filme é assustadora e ele está muito bem, o que torna seu personagem ainda mais real.

Diferente do Jon, não acho que o uso do termo skinhead seja errôneo, apesar de desnecessário, eles são sim skinheads e isto está mais que evidente...

Anônimo disse...

O filme tem uma história muito interessante, acho que foi extremamente importante escolher o elenco perfeito para o longa-metragem, amei a Edward Norton, adoro o estilo dele, além de inteligente para escolher os projetos no que trabalha, faz pouco tempo que a vi em Beleza Oculta e acho que é extraordinária. Sei que a vão passar na TV, é algo muito diferente aos que estávamos acostumados a ver.

sivaldo vitorio disse...

é um daqueles filmes que vale a pena ver de novo. roteiro excelente. pena que em 1998 e 1999 tinham muitos filmes bons. diferente de hj pois hj se farica muita merda.