CENTRAL DO BRASIL
(idem, 1998, 113 min)
Produção: Brasil / França
Diretor: Walter Salles
Roteiro: João Emanuel Carneiro, Marcos
Bernstein e Walter Salles
Elenco: Fernanda Montenegro, Marília Pêra,
Vinícius de Oliveira, Caio Junqueira, Matheus Nachtergaele.
A estação central do Rio de Janeiro é o cenário para o
filme de Walter Salles de 1998 que leva o nome de “Central do Brasil”. Essa produção
franco-brasileira se mostrou surpreendente, principalmente pelo modo caloroso
como foi recebido no exterior, sobretudo em relação à interpretação da atriz
principal, Fernanda Montenegro, cujo desempenho interpretativo foi reconhecido
em grandes festivais, tanto na Europa – como é o caso Urso de Prata e do César
– quanto na América Latina (Prêmio de Havana) e nos Estados Unidos (Globo de
Ouro e Oscar).
É na Central do Brasil que Dora, uma ex-professora,
escreve cartas para as pessoas por cujas vidas ela não tem nenhum interesse,
fazendo-as acreditar que ela de fato mandaria as correspondências aos seus
entes. É assim que conhece Josué e sua mãe, sendo ele um garoto que nunca
conheceu o pai e ela uma mulher pobre que eventualmente é atropelada e morta,
fazendo com que o garoto fique sozinho na estação central. Dois eventos
inesperados: a ambição de Dora, que não hesita em deixar a criança sob os
cuidados de uma traficante, e, mais tarde, o arrependimento da mulher,
obrigando-a a resgatar o garoto e embarcar com ele numa viagem ao nordeste à
procura de seu pai, mesmo que o garoto nem sequer saiba como ele é, sabendo
apenas o seu nome.
A indicação de Fernanda Montenegro ao Oscar tornou-a a
primeira latino-americana nominada numa interpretação em língua materna e a
primeira (e até hoje única) intérprete brasileira a concorrer ao prêmio.
“Central do Brasil” conquistou duas indicações e, embora tenha perdido em
ambas, deixou o país com a sensação de que finalmente tínhamos conquistado
maior visibilidade na maior premiação do cinema.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme Estrangeiro (Brasil).
2. Melhor Atriz: Fernanda Montenegro.
por Luís Adriano de Lima
2 comentários:
Em minha opinião, ainda é o melhor filme de Salles. Ele me decepcionou com seus trabalhos gringos. Enfim, Montenegro merecia a estatueta, mas na época da premiação, achava dificil eles darem para uma latina.
Um filme muito bom, a ideia do dever da protagonista de escrever cartas é algo fascinante...
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