A HISTÓRIA DE ADÈLE
H. (L’Histoire d’Adèle H., 1975, 96
min)
Produção: França
Direção: François Truffaut
Roteiro: François Truffaut, Jean Gruault, Suzanne Schiffman e
Frances V. Guille
Elenco: Isabelle Adjani, Bruce Robinson, Sylvia Marriott, Joseph
Blatchley, Cecil De Sausmarez, Clive Gillingham, Ivry Gitlis.
Dois grandes nomes caracterizam essa produção francesa: o
diretor, François Truffaut, e a personagem-título, Adèle Hugo, filha do célebre
poeta e romancista Victor Hugo. Hoje, Isabelle Adjani é bastante conhecida –
sobretudo para o público que tem apreço pelo cinema francófono –, mas à época
ela era uma atriz de 19 anos recém-saída de programas de humor da TV francesa.
Sob o comando de Truffaut, Adjani personifica a polêmica personagem num dos
momentos mais controversos de sua vida, que foi o período em que viveu em
Halifax, capital da província canadense da Nova Escócia.
Adèle Hugo, ao chegar a Halifax sob o nome de Srta. Lewly,
sai à procura do Tenente Pinson, militar com quem havia trocado cartas e juras
quando mais nova. Não é apenas o amor por ele que a perturba e a faz se
submeter a todo tipo de promessa e tentativa de atraí-lo; é também a morte
acidental da irmã mais velha, de quem era muito próxima e com quem ainda
conversa nos seus momentos de delírio desvairado. O percurso mental de Adèle é
longo: ela vai da plena sanidade à mais obscura loucura enquanto se arrasta de
um lugar para o outro encontrando meios de finalmente estar com Pinson, que
vive sua vida cerceada de direitos – inclusive o de se casar – já que a todo
momento Adèle surge para uma nova investida.
Apesar de uma direção satisfatória de Truffaut, que usa
muitos recursos de edição para intensificar os momentos de loucura de Adèle, o
grande mérito do filme é de Isabelle Adjani, que soube muito bem compor sua
personagem, tornando cada momento seu em cena totalmente crível. De um extremo
a outro, da beleza sóbria à desolação física, Isabelle Adjani insere o
espectador na tragédia particular de sua personagem. Com 20 anos de idade na época
de sua nominação, foi a atriz mais jovem já nominada na categoria de Melhor
Atriz, detendo esse recorde por 28 anos, até ser passada por Keisha
Castle-Hughes que em 2004, aos 14 anos, foi nominada pelo filme “A Encantadora
de Baleias” (2002). Isabelle Adjani foi lembrada pela Academia e é dela a única
indicação que o filme conquistou, apesar de ele facilmente ter podido competir
em outras categorias, como, por exemplo, Melhor Roteiro Adaptado.
INDICAÇÃO:
- Melhor Atriz: Isabelle Adjani
por Luís Adriano de
Lima
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