TUBARÃO (Jaws, 1975, 124 min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Peter Benchley e Carl Gottlieb
Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw,
Richard Dreyfuss, Lorraine Garry, Murray Hamilton, Carl Cottlieb, Jeffrey
Kramer, Susan Backline.
E assim começou… Por ter sido o primeiro dos blockbusters, “Tubarão” (1975) de Steven Spielberg, é muitas vezes malvisto por
ter iniciado a tendência do cinema americano para a infantilização e os
mega-espetáculos. Porém, o filme tem qualidades que a imensa maioria dos
arrasa-quarteirões não possui. Sua história simples (um enorme tubarão branco
ataca uma cidade praiana às vésperas de um lucrativo feriado, e três homens se
unem para detê-lo após vários ataques) esconde o fato de que “Tubarão” é, sim,
um grande trabalho cinematográfico. As caracterizações dos personagens são
precisas e ricas; os atores estão todos excelentes; e a inventividade com a
qual o filme é construído, filmado e editado o transformaram num sucesso
absoluto de público e critica, e não seus efeitos visuais (bem primários quando
vistos nos dias de hoje, aliás).
Baseado no best-seller de Peter Benchley, “Tubarão”
conta, além da sua trama, as mudanças e o conflito interior pelas quais passa o
protagonista, o chefe de polícia da cidade de Amity, Martin Brody (vivido à
perfeição por Roy Scheider). Recém-chegado à cidade, ele se choca com os
primeiros ataques do tubarão e tem como aliado apenas o pesquisador
oceanográfico Matt Hooper (Richard Dreyfuss). Ele é forçado a superar
seus traumas (medo de água) quando o filme chega à sua segunda metade, e Brody,
Hooper partem a bordo do “Orca” para caçar o peixe assassino, acompanhados do
instável capitão Quint (uma atuação inesquecível de Robert Shaw). O suspense da
primeira parte dá lugar a um momentâneo clima de aventura, e então vem o terror
absoluto, quando os homens descobrem, chocados, que deixaram de ser os
caçadores e se tornaram a caça.
Tudo funciona no filme: a opção, forçada pelas
circunstâncias das filmagens, pela sugestão em vez do choque explicito; a
edição vencedora do Oscar e considerada como salvadora do projeto problemático;
a trilha sonora (também vencedora) famosa e brilhante de John Williams, que a
partir daí musicou todos os projetos de Spielberg. “Tubarão” é brilhantemente
filmado e concebido, e por isso mesmo algo muito especial, diferente de 99% dos
outros blockbusters. Quando uma das
cenas mais assustadoras de um filme é um monólogo de um ator (Quint falando
sobre o naufrágio do USS Indianápolis), e um momento no meio da narrativa entre
Brody e seu filho se torna absolutamente tocante, tem-se a certeza de que
“Tubarão” é mais do que um mero longa de terror. Mereceu figurar sem problemas
entre os indicados a Melhor Filme. De quantas outras superproduções se pode
dizer o mesmo?
INDICAÇÕES (3
vitórias):
1. Melhor Filme: Richard D. Zanuck e David Brown
2. Melhor Edição: Verna Fields – venceu
3. Melhor Trilha Sonora Original: John Williams – venceu
4. Melhor Som: R. L. Hoyt, R. Heman Jr., E. Madery e J. R.
Carter – venceu
por Ivanildo Pereira
4 comentários:
Acho que nem de longe esse filme é tão bom quanto dizem e também não envelheceu bem como sugerem. Acho que hoje só cabe entender mesmo o quanto esse fiquei fez sucesso à época do seu lançamento devido à inovação que ele trouxe, porque é bastante difícil se impressionar com essa obra atualmente.
Particularmente, não se trata de um dos meus favoritos, como se vê.
"Tubarão" é um verdadeiro clássico do gênero de suspense. É um filme brilhante, especialmente na forma como estrutura o seu primeiro ato, insinuando a ameaça do tubarão sem nunca o mostrá-lo. Spielberg gênio!!! Um filme que causa arrepios e medo até hoje!
De todas as grandes bobagens que eu li na Internet, a que você escreveu foi a maior. Acho que você é um daqueles adoradores dos filmes de contos de fadas ou ou admirador de produções recheadas de efeitos especiais em 3D, que carecem de conteúdo. Tubarão é uma obra prima do cinema, consagrada até nos dias atuais. E fim de papo.
Também considero Tubarão um grande clássico. Até hoje, ainda consigo assisti-lo com admiração.
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