TOMMY (Tommy, 1975, 111 min)
Produção: Reino Unido
Direção: Ken Russel
Roteiro: Ken Russel
Elenco: Ann-Magret, Oliver Reed, Roger
Daltrey, Elton John, Jack Nicholson, Eric Clapton, John Entwistle, Keith Moon,
Paul Nicholas, Tina Turner, Robert Powell.
Um dos maiores malucos da história do cinema foi o diretor
britânico Ken Russell, falecido em 2011. Em 1975, ele se juntou a outros
loucos, a banda de rock The Who, e o resultado foi “Tommy” (1975), a criativa ópera-rock que marcou época e conseguiu
duas indicações para o Oscar. O filme conta a história do pequeno Tommy, que
perde seu pai na Segunda Guerra. Sua mãe, a senhora Walker (Ann-Margret), entra
em luto, mas acaba arranjando um novo marido, o malandro Frank (Oliver Reed).
Ao testemunhar um incidente entre os dois, Tommy se torna, aparentemente, cego,
surdo e mudo. Quando cresce (e então passa a ser interpretado pelo vocalista do
The Who, Roger Daltrey), Tommy vira um mestre no pinball, o nosso conhecido
fliperama (não perguntem) e começa aos poucos a recuperar sua voz, tornando-se
eventualmente um astro do rock e uma figura praticamente messiânica.
“Tommy” é uma narrativa psicodélica, pontuda por
simbolismos (o que é aquela igreja de adoração à Marilyn Monroe?). Russell usa
de tudo: algumas pequenas animações, caleidoscópios de imagens, efeitos
estranhos... É um filme britânico até a medula e muito identificado com a sua
época. Visto hoje, é por demais datado (alguns dos efeitos devem provocar risos
nas plateias modernas). Mas é contado com tanto entusiasmo pelo diretor e seu
elenco que não consegue deixar de ser estranhamente cativante.
Como se trata de um musical, a narrativa toda é conduzida
por canções. Felizmente as composições do The Who são, na sua maior parte,
ótimas e empolgantes. E o filme ainda conta com as participações especiais de
Eric Clapton, Elton John, Jack Nicholson e uma alucinada Tina Turner. Mas o
show é de Daltrey – e seu cabelo, que chega quase a ser um personagem à parte –
e Ann-Margret. A atriz canta bem, dança, se lambuza e dá tudo de si no papel da
senhora Walker, e por isso conseguiu uma merecidíssima indicação ao Oscar de
Melhor Atriz. “Tommy” é mais que um filme, é uma louca viagem e nem todo mundo
abraça a proposta, mas é um dos maiores cults
da história dos musicais.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Ann-Magret
2. Melhor Trilha Sonora Adaptada: Pete Townshend
por Ivanildo Pereira
2 comentários:
Adoro musicais, adoro rock, mas NUNCA conferi "Tommy". Fiquei curiosa, ainda mais depois do seu texto!
Mais do que toda a loucura vista no filme, o que mais me impressiona é o desempenho de Ann-Margret, maravilhosa e em situações impressionantes. Adoro o momento de delírio no qual ela se lambuza de espuma, chocolate e feijão.
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