SHAMPOO (Shampoo, 1975, 109 min)
Produção: Estados Unidos
Direção: Hal Ashby
Elenco: Warren Beatty, Julie
Christie, Goldie Hawn, Lee Grant, Jack Warden, Tony Bill, George Furth, Jay
Robinson, Luana Anders.
Desde o fim das filmagens de “Bonnie e Clyde – Uma Rajada
de Balas” (1967), isso ainda em 1967, que Warren Beatty procurava um projeto
para poder chamar de seu, assim como seus parceiros de New Hollywood que acreditavam piamente que deveriam ser autores
para terem credibilidade. Reza a lenda que ainda nos bastidores desse filme que
é considerado como precursor da já citada Nova Hollywood, Beatty perturbou o
diretor Arthur Penn com a idéia de fazer um filme com um protagonista que fosse
o oposto do galã, ou seja, dele mesmo, com tendências gays até, mas que
ludibriasse os homens, ainda não se preocupando com dinheiro e assim ficando
com a maioria das mulheres que aparecesse em sua frente.
Embora Warren Beatty fosse ator e produtor respeitado,
tendo realizado alguns filmes importantes do final dos anos 60 e inicio dos 70,
como “Jogo de Paixões” (1970), “Quando os Homens são Homens” (1971) e “A Trama”
(1974), demorou-se oito anos até que viabilizasse a realização de seu tão
sonhado projeto. O próprio esboçou alguns roteiros, mas todos habilmente
frágeis, então Beatty inevitavelmente rendeu-se a um dos roteiristas mais
talentosos que habitou o universo “newhollywoodiano”, Robert Towne. Obstante a
não assinar o roteiro, Beatty impôs a Towne que seu nome aparecesse creditado
como um dos roteiristas, rendendo uma das brigas de bastidores mais famosas da
indústria cinematográfica. “Shampoo”
(1975) foi o título dado à produção que contava a história de George
(Beatty), conceituado cabeleireiro de Beverly Hills, que levantava desconfiança
dos homens por sua sexualidade, assim como agradava as mulheres com modernos
cortes de cabelos e uma disposição sexual luxuriosa.
Dos sujeitos mais pretensioso, astutos, decididos e
entusiastas que já habitou Hollywood, Warren Beatty esperava que “Shampoo”
tivesse uma carreira muito melhor no Oscar de 1976 do que teve e mesmo tendo
recebido quatro indicações as estatuetas (Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante,
Direção de Arte e Roteiro Original), a academia pareceu desdenhar da obra
dirigida por um talentoso Hal Ashby, pena que aqui trabalhando apenas como
diretor contratado e desprovido de aspirações autorais, e negou ao filme às
esperadas indicações a Melhor Filme e também a Melhor Ator para o protagonista
Beatty. Na verdade, se Beatty fosse tão talentoso como acreditava ser, ele mesmo
teria dirigido, escrito e atuado, mas apesar das inúmeras pretensões, o sujeito
era suficientemente inteligente para perceber suas próprias limitações e não se
arriscar a tornar seu querido projeto em uma bomba retumbante.
Por fim, “Shampoo” acabou sendo agraciado apenas com o
prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Lee Grant, que vive o real interessante
romântico de George, ainda que ela seja a amante do empresário a qual o
cabeleireiro procura para sociedade em um novo salão. No meu ponto de vista, a
atuação de Grant é apenas razoável, mas possivelmente tenha tido sua parcela de
importância por representar uma autêntica personagem embasada na libertinagem
sexual tão em voga naqueles anos. Antenado com a época que procura retratar,
apostando até em um pano de fundo político, mostrando brevemente as primarias
que levariam Nixon a presidência, essa obra de um dono (Beatty), mas de muitos
nomes importantes envolvidos, não deixa de ser uma realização agradável de
assistir, principalmente pela montagem sempre enxuta e coesa de Ashby e da
deliciosa trilha sonora repleta de canções de sucesso. Como a maioria das obras
“newhollywoodianas”, melhor não esperar um desfecho cheio de esperanças ou
revigorante.
INDICAÇÕES (1
vitória):
1. Melhor Ator Coadjuvante: Jack Warden
2. Melhor Atriz Coadjuvante: Lee Grant – venceu
3. Melhor Roteiro Original: Warren Beatty e Robert Towne
4. Melhor Direção de Arte: Richard Sylbert, W. Stewart
Campbell e George Gaines
por Celo Silva
5 comentários:
Acho "Shampoo" um filme extremamente bizarro! Nunca consegui terminar de assistir. A história é muito bisonha! rsrsrsrs
Eu concordo, Kamila, acho bem bizarro também. E acho mais curioso que o filme é reacionário mesmo nos seus moldes de aparente liberalidade.
Tenho curiosidade em ver esse filme, mesmo com os comentários de que ele é um tanto bizarro.
Warren Beatty é um dos melhores jogadores do mundo na história de Hollywood. Mundo do cinema! O Shampoo filme é excelente, estou feliz de renovar a idéia. Os remakes de filmes são uma forma de renovar o nosso passado. Como marcas de cosméticos para as mulheres, sempre renovando produtos. Long. É como você vender. Eu uso shampoo Lanza e vou sempre mudando. Para não se acostumar com o couro cabeludo.
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