O HOMEM QUE QUERIA SER REI (The Man Who Would Be King, 1975, 129 min)
Produção: Reino Unido / Estados Unidos
Direção: John Huston
Roteiro: John Huston e Gladys Hill
Elenco: Sean Connery, Michael
Caine, Christopher Plummer, Saeed Jaffrey, Albert Moses, Doghmi Larbi, Jack
May, Mohammad Shamsi, Karroom Ben Bouih.
Nomeado em quatro categorias na 48ª edição do Oscar
(1976), o épico “O Homem que Queria Ser
Rei” (1975), dirigido pelo então veterano John Huston, uma verdadeira lenda
do cinema americano, é a adaptação do livro do jornalista inglês Rudyard
Kipling. A trama, situada no fim do século 19, é narrada em off pelo próprio Kipling (no filme
Christopher Plummer) que conta as desventuras de dois ex-soldados britânicos
desertores na Índia, Daniel Davrot (Sean Connery) e Peachy Carnehan (Michael
Caine).
Bon-vivants, amantes dos bens materiais, eles
firmam um pacto de irem até o distante país chamado Kafiristão para assim
enriquecerem em cima de um povo ingênuo, bárbaro até. No entanto, Davrot, após
uma batalha em que escapa ileso de uma flechada, é apontado pelos nativos como
filho de Kisander, nome persa para Alexandre, O Grande, e consequentemente
visto como um Deus. Claro que a dupla de picaretas assume a identidade dessa
divindade para facilitar seus lucros e acesso aos tesouros locais, mas os
delírios de grandeza de Davrot podem colocar tudo a perder.
Ainda que não tenha sido agraciado com nenhum prêmio da Academia,
“O Homem que Queria Ser Rei” é um dos melhores filmes daquela temporada.
Grandioso em todos os sentidos, desde os incontáveis e realísticos figurantes,
passando por uma fotografia estonteante e uma reconstrução de época fabulosa.
Não foi à toa que a obra tenha sido indicada com louvor para as categorias
Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Acredito que se não tivesse competido
com “Barry Lyndon” (1975), de Stanley Kubrick, um filme soberbo em ambas as
categorias, teria todas as chances de ter se sagrado vencedor.
O lendário montador Russell Lloyd ainda foi lembrado para
Melhor Edição e o próprio John Huston, tendo a ajuda de sua colaboradora usual,
a nova-iorquina Gladys Hill, foram indicados para Melhor Roteiro Adaptado. Como
curiosidade, na época de seu lançamento, “O Homem que Queria Ser Rei” foi
criticado duramente por mostrar os protagonistas, maçons, como sujeitos
inescrupulosos, gananciosos, e que denegriam a Ordem milenar conhecida como
Maçonaria. Embora acredite que sejam um tanto exageradas essas acusações, até
pelo tom evidente de aventura da obra, talvez essa tenha sido uma característica
exterior que inevitavelmente arranhou a imagem de uma excelente realização.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Roteiro Adaptado: John Huston e Gladys Hill
2. Melhor Direção de Arte: Alexandre Trauner, Tony Inglis
e Peter James
3. Melhor Figurino: Edith Head
4. Melhor Edição: Russell Lloyd
por Celo Silva
2 comentários:
Conheço pouco da filmografia do John Huston, mas, sem dúvida alguma, trata-se de um dos maiores nomes que o cinema já viu.
a prova disto que você se referiu no último parágrafo é que este filme é praticamente esquecido na carreira do diretor!
uma pena!
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