Os vencedores Daniel Day-Lewis, Jennifer Lawrence, Anne Hathaway e Christoph Waltz.
De fato, a 85ª edição do Oscar tinha tudo
para surpreender ou, pelo menos, distanciar um pouco a imagem de
previsibilidade que vem acompanhando o prêmio há tanto tempo. É claro que
justiças foram feitas, como o Oscar de Christoph Waltz pela sua atuação em “Django
Livre” (2012), de Quentin Tarantino, outro merecido vencedor na categoria de
melhor roteiro original. Mas, a Academia como sempre reserva a grande barbada
mais para o final da festa, mais precisamente na hora de entregar a estatueta
de Melhor Atriz.
“O Lado Bom da Vida” (2012) conquistou
mesmo os ricos senhores da Academia de Cinema, que além das indicações de filme
e direção para David O. Russel, dispensando diretores como Kathryn Bigelow e
Quentin Tarantino, também conquistou indicação nas quatro categorias de
interpretação, algo que não acontecia desde “Reds” (1981), em 1982. É mesmo um
destaque assombroso na premiação, principalmente para um filme que no seu final
se traduz como uma bobinha comédia romântica, mesmo que muito bem interpretada.
Emma Stone e Seth McFarlane no anúncio dos indicados à 85ª edição dos prêmios da Academia.
Um pouco mais por fora, mas sem perder todo
seu glamour, corria o sensível “Amor” (2012) do diretor alemão Michael Haneke.
Apoiado numa dupla sensacional de atores franceses, Michael contou mudou muitos
conceitos com seu filme, talvez, por isso, tenha conseguido as indicações nas
categorias de filme principal, direção e roteiro original. Emmanuelle Riva
ainda é praticamente unânime no ano que passou, mas a Academia optou por
premiar Jennifer Lawrence, a segunda atriz mais nova a ganhar o Oscar na
categoria, aos 22 anos. Na categoria ainda tinha a mais nova atriz a concorrer
ao Oscar, Quvenzhané Wallis, de 9 anos e a mais velha, justamente Riva, de 85
anos.
Na categoria de atores, Daniel Day-Lewis se
provou ser um dos futuros grandes mitos do Cinema, o ator que já tem dois
prêmios da Academia, conquistou sua terceira estatueta após a fiel e comovente
composição do presidente Abraham “Lincoln” (2012). No filme de Steven
Spielberg, Day-Lewis contracena também com outros dois veteranos, Tommy Lee
Jones e Sally Field, dois atores já são vencedores do Oscar. Field, por
exemplo, na segunda vez que venceu o prêmio de atriz principal, fez um discurso
emocionado dizendo o quanto sua relação com a Academia se traduzia em puro
amor. “Lincoln” marca a volta de Sally Field ao Cinema inteligente, coisa que
andava aos trancos e barrancos na carreira da atriz.
Outra faceta que deu para perceber, é que o
Oscar vem mantendo uma relação de amores com vários atores, pouquíssimos deles
se encontravam na sua primeira indicação. Não só Day-Lewis e Lawrence se
mostram queridos pela Academia, Jacki Weaver, Anne Hathaway, Alan Arkin e,
claro, Amy Adams, que dificilmente fica fora da lista final dos indicados.
Apenas quatro dos vinte indicados às categorias de atuação não haviam sido
escolhidos anteriormente para concorrer ao prêmio.
A "surpresa" mesmo fica por conta
de “Argo” (2012), o festejado filme de Ben Affleck. Vencedor do prêmio máximo
da noite, “Argo” curiosamente não conquistou a indicação de Melhor Diretor,
levando o filme a um seleto grupo de outros quatro filmes vencedores do prêmio,
sem que seu diretor estivesse ao menos indicado na categoria de direção. Benh
Zeitlin, diretor de “Indomável Sonhadora” (2012), pode ter sido a pedra no
sapato de Affleck, que, embora, tenha visto um realizador muito mais competente
subir ao palco buscar tal estatueta, pareceu voltar pra casa com a sensação de
dever cumprido.
por
Gustavo Pavan
2 comentários:
O Oscar 2013 tinha tudo para ser uma festa imprevisível, tendo em vista o fato de algumas categorias bem importantes, como Melhor Diretor e Melhor Atriz estarem bem abertas, mas a verdade é que foi um show chato, sem muitas surpresas.
a categoria de melhor atriz sempre teve uma favorita jenifer lawrence,apesar de alguns torcerem contra ela mereceu o oscar.
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