INDICADOS:
-
“Argo” (2012): Chris Terrio
- “As Aventuras de Pi” (2012): David Magee
- “Indomável Sonhadora” (2012): Benh
Zeitlin e Lucy Alibar
- “O Lado Bom da Vida” (2012): David O.
Russell
- “Lincoln” (2012): Tony Kushner
Na categoria de Roteiro Adaptado esse ano,
os concorrentes eram os filmes “Argo”, “Lincoln”, “O Lado Bom da Vida”, “As
Aventuras de Pi” e “Indomável Sonhadora”. Os três primeiros tinham chances
maiores de serem premiados.
“Lincoln” foi adaptado de livros sobre o
presidente americano pelo dramaturgo Tony Kushner, criador do premiado sucesso
da Broadway “Angels in America” (mais tarde filmado pela HBO). Ele já tinha
colaborado com Spielberg antes, no filme “Munique” (2005), o melhor trabalho do
diretor na década passada – pelo qual Kushner também foi indicado ao Oscar. É
um roteiro que expõe bem as maquinações políticas da época e é centrado no
diálogo. O diálogo também é primordial no roteiro de “O Lado Bom da Vida”,
baseado no livro de Matthew Quick, cujo roteiro foi escrito pelo próprio
diretor do filme, David O. Russell. Russell é um pouco familiarizado com
transtornos mentais, talvez por isso os diálogos e situações do filme tenham
ficado tão criativos e engraçados, prato cheio para o grande elenco do filme.
O diretor Behn Zeitlin, junto com Lucy
Alibar, adaptou o livro “Indomável Sonhadora” para as telas. O filme
independente oscila entre o mundo real e a fantasia da garotinha Hushpuppy, mas
de todos os indicados era o que tinha menos chances de ganhar. O roteiro de “As
Aventuras de Pi”, baseado no livro de Yann Martel, sem dúvida representou um
desafio técnico para o diretor Ang Lee – é o tipo de história que, quando lida,
suscita a pergunta: “como vamos filmar isso?”. É uma alegoria
perfeitamente transposta para a tela, e um roteiro bastante visual.
O roteiro vencedor, de Chris Terrio para o
filme “Argo”, se concentra na inacreditável história real e não perde a ironia
da influência do cinema sobre ela. Talvez por isso, e por não diminuir a tensão
da história, o roteiro foi considerado o melhor dos cinco e digno do prêmio.
Mesmo assim, não deixa de ter sua parcela de probleminhas: algumas situações um
pouco artificiais (que não aconteceram realmente) são colocadas no trecho final
do filme apenas para criar um pouco mais de drama.
INDICADOS:
- “Amor” (2012): Michael Haneke
-
“Django Livre” (2012): Quentin Tarantino
- “A Hora Mais Escura” (2012): Mark Boal
- “Moonrise Kingdom” (2012): Roman Coppola
e Wes Anderson
- “O Voo” (2012): John Gatins
Os indicados a Roteiro Original foram os
filmes “A Hora Mais Escura”, “Amor”, “Moonrise Kingdom”, “O Voo” e “Django
Livre”. “A Hora Mais Escura”, com toda a polêmica criada em torno do seu
lançamento, não tinha realmente chances de ganhar, apesar de suas qualidades e
da sua inegável coragem. O roteirista Mark Boal já havia sido premiado antes
por “Guerra ao Terror” em 2010. Era a mesma situação de “Moonrise Kingdom”: não
tinha chances, apesar de também ser um bom roteiro. Era o independente da
noite, para quem apenas a indicação já representaria um prêmio.
“O Voo”, do novato John Gatnis, chamou a
atenção o suficiente para conseguir a indicação, e se trata realmente de um
grande estudo de personagem – até o clichê final e artificial da redenção de um
mau-caráter, algo que já vimos em centenas de outros filmes. “Amor”, escrito
pelo próprio diretor do filme Michael Haneke, é poderoso e sem concessões, como
de praxe na carreira do cineasta. Seria sério candidato a vencedor na
categoria, não fosse Quentin Tarantino e seu “Django Livre”.
Tarantino, que já havia ganhado pelo
roteiro de “Pulp Fiction” (1994) e concorrido pelo de “Bastardos Inglórios”
(2009), novamente criou uma peça única, algo montado com partes de outros
filmes, mas que, no fim das contas, só poderia ter saído da sua cabeça. Além
disso, criou diálogos, situações e personagens memoráveis, defendidos com vigor
pelo seu fantástico elenco. Realmente é um cineasta com um incrível talento
narrativo, e por isso pode-se dizer que este seu segundo Oscar foi
absolutamente merecido.
por Ivanildo
Pereira
Um comentário:
Entendo as escolhas de vencedores da AMPAS, mas meus ganhadores teriam sido: "Lincoln" e "Amor". "Moonrise Kingdom" nem deveria ter sido indicado em Melhor Roteiro Original. E a AMPAS poderia ter tido um lugar para o roteiro adaptado de "As Vantagens de ser Invisível", que merecia a menção.
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