sábado, 8 de setembro de 2012

Categoria: Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante


Indicações:

- Christoph Waltz, por “Bastardos Inglórios” – venceu
- Christopher Plummer, por “A Última Estação”
- Matt Damon, por “Invictus”
- Stanley Tucci, por “Um Olhar do Paraíso”
- Woody Harrelson, por “O Mensageiro”

Quando os nomes para a categoria Best Performance by an Actor in a Supporting Role foram anunciados, não houve nenhuma surpresa, já que todos os atores indicados já vinham colecionando bons elogios de público e crítica, mesmo Stanley Tucci, indicado por um filme que verdadeiramente não havia conquistado e que, não por menos, estava angariando má recepção por onde passasse. Talvez a única surpresa se dê por causa de Christopher Plummer, mas não porque o ator não trazia uma boa atuação, mas porque já há anos a Academia lhe ignorava, sempre o preterindo – assim, aos 80 anos, depois de muitos desempenhos elogiados (e ignorados), Plummer chega à lista dos indicados.

Woody Harrelson já havia sido indicado na categoria principal de atuação em 1997, treze anos antes, devido à sua participação como protagonista em “O Povo contra Larry Flint” (1996). Matt Damon também já havia sido indicado anteriormente na categoria de Melhor Ator, assim como Harrelson, mas o diferencial reside no fato de que Damon, em 1998, inclusive ganhou um Oscar – conseguiu-o não pela sua interpretação em “Gênio Indomável” (1997), filme que lhe garantiu a indicação como Melhor Ator, mas pelo roteiro do filme, o qual co-escreveu junto com seu melhor amigo Ben Affleck. Matt Damon e Bem Affleck integram um seleto grupo de intérpretes cujo reconhecimento também se deu pelas suas atividades como roteiristas.

Christopher Plummer, Stanley Tucci e Christoph Waltz eram estreantes em indicações. O primeiro, Plummer, como escrevi no primeiro parágrafo, estava já em atividade por muito tempo. Tucci já tinha apresentado algumas boas performances, sobretudo como coadjuvante, e em “Um Olhar do Paraíso” (2009) ele apresenta a personificação de um vilão, o qual nunca foi recorrente em sua carreira. Waltz, ator austríaco, não era conhecido do grande público até sua participação como Hans Landa, o perseguidor de judeus na obra de humor negro “Bastardos Inglórios” (2009), de Quentin Tarantino. Até então, o ator havia participado de muitas séries e filmes para a TV, e sua maioria da Suíça, Áustria e Alemanha. E na cerimônia de 2010, ele parecia ser o único concorrente ali – todos os outros corriam por fora, já que era Waltz quem vinha conquistando todos os maiores prêmios, desde Cannes, na França, até BAFTA, na Inglaterra, finalizando com o Oscar, nos Estados Unidos. Sua vitória não foi nenhuma surpresa, pois se esperava que o ator saísse consagrado.

 Indicações:
- Anna Kendrick, por “Amor sem Escalas”
- Maggie Gyllenhaal, por “Coração Louco”
- Mo’Nique, por “Preciosa – Uma História de Esperança” - venceu
- Penélope Cruz, por “Nine
- Vera Farmiga, por “Amor sem Escalas”

No ano anterior, tanto Amy Adams quanto Viola Davis haviam competido na categoria Best Performance by an Actress in a Supporting Role, sendo ambas nominadas pelo filme “Dúvida” (2008). Em 2010, outras duas colegas de elenco são indicadas: “Amor sem Escalas (2009) rendeu destaque a Anna Kendrick e a Vera Farmiga e as duas competiram na cerimônia, fazendo as suas estreias de indicação, já que nenhuma havia ainda concorrido. Se Farmiga, embora tivesse um currículo já bastante cheio – sobretudo devido a participações coadjuvantes em filmes e em séries de TV – não era uma atriz bastante conhecida do grande público, Anna Kendrick tinha já sua popularidade garantida, uma vez que assumiu uma personagem nos filmes da saga Crepúsculo e, assim, fixou seu rosto na memória de muitos jovens que apreciam o romance entre o vampiro Edward Cullen e a humana Isabella Swan.

Maggie Gyllenhaal acompanhou, em 2006, o irmão Jake Gyllenhaal à cerimônia, na qual ele competiu como Melhor Ator Coadjuvante. Quatro anos depois foi a sua vez de ser nominada, na categoria feminina correspondente à dele, pelo seu trabalho no drama “Coração Louco” (2009). A crítica já a havia elogiado por alguns títulos, sendo “Sherry Baby”, de 2006, o seu maior destaque, que inclusive a fez ser indicada pela Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood ao prêmio Globo de Ouro como Melhor Atriz Dramática. Mo’Nique, cuja carreira havia se construído sobre filmes de gosto duvidoso, como “Garotas Formosas” (2006), teve uma interpretação estrondosa em “Preciosa – Uma História de Esperança” (2009) – arrebatou ¾ dos prêmios aos quais foi indicada, sendo uma das poucas intérpretes a conquistar o Oscar, o Critic’s Choice Award, o Globo de Ouro, o prêmio de Sindicato de Atores e o BAFTA pela mesma interpretação. Como Mary, uma mãe que não se preocupa com o bem-estar da filha, constantemente abusada, inclusive pelo próprio pai, e que ainda a agride com freqüência, enxergando nela uma rival, Mo’Nique garantiu a sua estatueta e, penso eu, garantiu também uma personagem que será para sempre relembrada como arquétipo de desgraça familiar.

A maior polêmica aqui inclui a nominação de Penélope Cruz, única atriz a já ter concorrido anteriormente. Esteve indicada em 2007, ao lado de Meryl Streep e Helen Mirren (que foram também indicadas nesse ano, concorrendo na categoria de Melhor Atriz) e, nessa mesma categoria, concorreu em 2009, ano anterior, quando levou a estatueta pela interpretação como a sexy e perigosa Maria Elena, em “Vicky Cristina Barcelona” (2008), de Woody Allen. Sua indicação pela participação em “Nine” (2009), musical de Rob Marshall, foi muito questionada, principalmente por parecer não haver aquilo que justifique sua presença ali, sobretudo considerando sua colega de elenco Marion Cotillard, injustamente ignorada, apesar de ela ser a verdadeira alma do musical. Embora esplendorosa, Julianne Moore também ficou de fora dessa corrida, apesar de sua interpretação singular em “Direito de Amar” (2009). Penélope Cruz ocupou a quinta vaga sem conseguir justificar o porquê de estar ali – sua primeira indicação teve gosto doce, sua segunda indicação, resultando em prêmio, fez com que ela se sentisse reconhecida merecidamente, mas a sua terceira indicação ficou incompreendida, restando apenas a sugestão de que a Academia tem imenso carinho por ela, resultando numa espécie de nepotismo.

por Luís Adriano de Lima

2 comentários:

Hugo disse...

As interpretações dos vencedores foram ótimas.

Mo'Nique criou uma personagem assustadora de tão cruel e Christoph Waltz foi fantástico.

Abraço

Renan disse...

Gostei do texto. Essa era uma das categorias que não tinha nenhuma supresa. Waltz e Mo'Nique se destacaram demais dos outros concorrentes. Nenhum ali era páreo para eles.