domingo, 18 de novembro de 2012

Marion Cotillard: "Piaf - Um Hino ao Amor"



MARION COTILLARD (30/09/1975 – Paris, França)
Primeiro filme: L’histoire du Garçon qui Voulait qu’on L’Embrasse (1994)
Principais trabalhos: “Amor ou Conseqüência” (2003), “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas” (2003), “Piaf – Um Hino ao Amor” (2007), “Inimigos Públicos” (2009), “A Origem” (2010), “Meia-Noite em Paris” (2011), “Batman: o Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012).
Indicações ao Oscar: 2008 – Melhor Atriz: Piaf – Um Hino ao Amor - venceu


“Piaf – Um Hino ao Amor” (2007), de Olivier Dahan, é uma dramatização bem produzida e emocionante da vida da famosa cantora francesa Edith Piaf (1915-1963). Piaf teve uma infância pobre, ficou doente e foi abandonada pelo pai. Cresceu e passou a juventude sobrevivendo e perambulando, até que teve a voz descoberta por um empresário da música. Seu canto a transformou numa das mais reconhecidas artistas do século XX, mas mesmo assim as tragédias não a abandonaram: perdeu seu grande amor num desastre aéreo, viciou-se em drogas e bebidas e perdeu sua única filha, ainda criança.

A história de Piaf é material clássico para um filme. Para vivê-la, Dahan escolheu a atriz Marion Cotillard, na época com uma carreira modesta na França e pouco conhecida internacionalmente. Marion e Piaf não poderiam ser mais diferentes, porém o desempenho magistral da atriz consegue trazer de volta a cantora. A interpretação dela abrange vários períodos cronológicos – ela interpreta Edith jovem, adulta e já idosa – e sempre de forma impecável. A tristeza da cantora, seu jeito irascível e ocasionalmente alegre, e os momentos mais difíceis de sua vida são representados por Cotillard com perfeição e assombro. Ela “encolhe” em frente às câmeras, encurvando sua postura e modificando sua aparência – Marion é bem mais alta e bonita que a verdadeira Piaf, mas isso é contornado pela fisicalidade da intérprete e truques de maquiagem.  Em algumas cenas altera sua voz e dubla com perfeição as canções do filme. Em suma, a atriz bela e simpática desaparece dentro da personagem, e vemos apenas o retrato sensível da pessoa real.

O filme não é perfeito. As idas e vindas na cronologia às vezes mais atrapalham que ajudam a narrativa, e pelo menos um item importante (a história entre Piaf e Louis Leplée, vivido por Gérard Depardieu) fica mal resolvido. Porém Marion Cotillard e seu desempenho compensam, e muito, por essas pequenas falhas. Ela é espetacular e absolutamente merecedora do Oscar – e tornou-se a segunda atriz na história do prêmio vencedora por um papel em língua estrangeira. A primeira foi Sophia Loren por “Duas Mulheres” em 1962.

por Ivanildo Pereira

3 comentários:

Regi disse...

Marion é Piaf. Incrível como ela abraçou a personagem. Esse Oscar pertencia à Cotillard sem sombra de dúvida.

Kamila disse...

Sem dúvida alguma, trata-se da grande performance da década passada. O trabalho de Marion Cotillard é impecável. Não só na forma como ela interpretou Edith Piaf, como se permitiu entrar na pele da personagem, por meio do trabalho de figurinos, maquiagem e cabelo. É um trabalho de pura dedicação a quem ela estava interpretando, a ponto da gente não saber, claramente, onde termina Marion e onde começa Edith. As duas são uma só! A vitória dela, no Oscar de Melhor Atriz, foi um dos momentos mais merecidos da história do prêmio!

Bruna Chagas disse...

Perfeita!Marion Cotillard foi simplesmente perfeita!