quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sandra Bullock: "Um Sonho Possível"



SANDRA BULLOCK (26/07/1964 – Virginia, Estados Unidos)
Primeiro filme: Hangmen (1987)
Principais trabalhos: “Velocidade Máxima” (1994), “Enquanto Você Dormia...” (1995), “Da Magia à Sedução” (1998), “Miss Simpatia” (2000), “Crash – No Limite” (2004), “A Proposta” (2009), “Um Sonho Possível” (2009)
Indicações ao Oscar: 2010 – Melhor Atriz: Um Sonho Possível – venceu

Aos 45 anos, depois de mais de 20 anos de carreira, venceu seu primeiro grande prêmio – o Oscar de Melhor Atriz – pelo seu trabalho em “Um Sonho Possível” (2009), filme também produzido por ela que arrecadou mais de U$300 mi de bilheteria ao redor do mundo. Estigmatizada por ser uma atriz, sobretudo, de filmes cômicos, a vitória de Sandra Bullock em 2010 gerou bastante repercussão e ainda hoje há bastante repreensões quanto à decisão da Academia de tê-la premiado. Bullock, porém, já estava há bastante tempo no gosto do público e, desde 1994, quando estrelou “Velocidade Máxima” ao lado de Keanu Reeves, a atriz vem angariando votos de confiança e de simpatia. Sua trajetória no cinema, apesar de ela ter se dedicado preferencialmente à comédia, abraça vários gêneros, como ação, no filme já citado; thriller, em “A Rede” (1995); crime, em “Tempo de Matar” (1996); suspense, em “Cálculo Mortal” (2002); romance, em “A Casa do Lago” (2006), marcando seu reencontro com Reeves; mistério em “Premonições” (2007); e, também, dramas, como é o caso de “Crash” (2004), vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2006, e “Um Sonho Possível”, cinebiografia de Michael Oher e Leigh Anne Tuohy.

Quanto ao filme intitulado originalmente The Blind Side, precisamos desde o começo admitir que se trata de um retrato de Leigh Anne Tuohy, personagem de Sandra Bullock, a verdadeira cinebiografada. Apesar de haver o pano de fundo do futebol americano e de haver a figura de Michael Oher, figura fundamental para o desenvolvimento dessa trama, o verdadeiro foco do filme é Bullock e o seu carisma como atriz. É verdade que o filme não ajuda muito a interpretação de Bullock nem o roteiro faz questão de transformar sua personagem em uma mulher muito pungente – ela sabe expor suas idéias, sabe se posicionar inflexivelmente, mas isso está muito mais associado à sua personalidade do que às suas ações, então, com certo ar de acontecimento inevitável, tem-se a impressão de que a atriz faz pouco ao longo das mais de duas horas de projeção do filme. Numa situação bastante delicada, Bullock opta pelo certo, no qual fazer menos acaba sendo muito eficiente – assim, sem grandes explosões, sem grandes momentos dramáticos e sem cenas de extremo arrebatamento catártico, Bullock consegue construir sua personagem e sua interpretação na linearidade que o filme lhe oferece. As atrizes contra quem competiu tinham decerto maiores recursos para alavancar suas interpretações, tornando-se, assim, mais fáceis de acompanhar e também de se identificar. Nesse quesito, Bullock ficou prejudicada, mas nem por isso deixou de receber seu prêmio. Duas cenas particularmente marcantes no longa-metragem são aquelas nas quais Leigh Anne sai à procura da mãe de Michael a fim de informá-la de que pretende se tornar guardiã legal do menino e, mais tarde, depois que o rapaz desapareceu, ela sai à procura dele, enfrentando inclusive alguns traficantes do gueto onde o garoto morava antes de ser adotado por ela. Embora o filme como um todo não seja pungente, decerto essa interpretação é uma das mais sinceras de Bullock.

por Luís Adriano de Lima

4 comentários:

Serginho Tavares disse...

adoro a Sandra (quem não gosta?) mas acho que as outras atrizes mereciam bem mais do que ela!

Luís disse...

Eu sou um dos poucos defensores do Oscar de Bullock. Não porque ache a sua interpretação fantástica - acho-a bastante minimalista, simples -, mas acho verdadeiramente que ela era quem mais merecia ali, uma vez que Mirren e Strep foram nominadas pelos seus nomes, e Sidibe pela sua personagem, muito mais do que pela sua atuação. Talvez sua única concorrente mesmo fosse Carey Mulligan, mas essa tinha consigo o filme como suporte, favorecendo sua interpretação - Sandra nem isso tinha, já que o filme é bastante inverossímil em muitos aspectos.

Naquele ano, para mim, o Oscar não poderia ser senão seu. Ressaltando: não que seu trabalho seja magistral, mas por justiça em relação à qualidade dos outros trabalhos indicados.

Kamila disse...

Não gosto do Oscar dado à Sandra Bullock. Admiro a atuação dela, em "The Blind Side", mas acho que ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz por não ter uma concorrência forte, à altura, que pudesse tirar o prêmio dela, como bem conversamos no Facebook.

Falando sobre este filme: a história que ele conta tem muito carisma, a personagem da Sandra Bullock é admirável, mas o longa é manipulador demais. É aquele tipo de obra feito especialmente pra o Oscar....

Anônimo disse...

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