Indicações:
1. Amor
sem Escalas: Daniel Dubiecki, Ivan Reitman, Jason Reitman
2. Avatar: James Cameron, Jon Landau
3, Bastardos Inglórios: Lawrence Bender
4. Distrito 9: Peter Jackson, Carolynne Cunningham
5. Educação: Finola Dwyer, Amanda Posey
6. Guerra ao Terror: Kathryn Bigelow, Mark Boal, Nicolas
Chartier, Greg Shapiro - venceu
7. Um Homem Sério: Joel Coen, Ethan Coen
8. Preciosa – Uma História de Esperança: Lee Daniels,
Sarah Siegel-Magness, Gary Magness
9. Um Sonho Possível: Gil Netter, Andrew A. Kosove,
Broderick Johnson
10. Up – Altas Aventuras: Jonas Rivera
2010 foi um ano de mudanças para a Academia. Foi quando
eles sucumbiram um pouco às pressões populares e decidiram aumentar o número de
indicados nesta categoria de 5 para 10. Tal mudança foi motivada devido à
indignação geral provocada pelo ano anterior, quando o abismo entre o gosto da
Academia e a preferência popular ficou completamente evidenciado. Grandes
produções com evidentes méritos artísticos (leia-se “Batman: O Cavaleiro das
Trevas” (2008) de ristopher Nolan) foram preteridos nas indicações a Melhor
Filme em favor de filmes que despertaram pouco interesse como “Frost/Nixon”
(2008) e “O Leitor” (2008). A repercussão dessa esnobada e a baixa audiência da
cerimônia fizeram os responsáveis pelo Oscar temer pela primeira vez em anos,
vislumbrando a irrelevância do prêmio caso nada fosse feito, e isso os levou a
aumentar o número de indicados no ano seguinte.
Se o aumento no número de indicados teve o objetivo de
incluir filmes mais populares na lista, naquele ano eles foram bem sucedidos.
Foi uma relação muito eclética, que incluiu a muito querida animação “Up – Altas
Aventuras” (de 2009, o óbvio vencedor como animação e que, em outros anos, se
contentaria apenas com a indicação nesta categoria), o inesperado sucesso de
ação e ficção científica “Distrito 9” (de 2008, este, sim, jamais disputaria o
prêmio de Melhor Filme se as regras não tivessem mudado) e o drama esportivo
“Um Sonho Possível” (2009), alavancado pela boa bilheteria. Eles se juntaram
aos pequenos e independentes que sempre aparecem no Oscar, como o sofrido e
impactante “Preciosa: Uma História de Esperança” (2009), o ótimo filme
britânico “Educação” e a deliciosa “dramédia” estrelada por George Clooney
“Amor Sem Escalas” (2009).
Maior destaque tiveram os filmes dos sempre iconoclastas
Quentin Tarantino e Joel e Ethan Coen. “Bastardos Inglórios” (2009) tornou-se o
mais aclamado de Tarantino desde “Pulp Fiction” (1994) e os Coen se mantiveram
firmes no gosto da Academia com “Um Homem Sério” (2009), poucos anos depois da
consagração de “Onde os Fracos Não Tem Vez” (2007). Mesmo assim, a disputa
estilo Davi contra Golias cativou a imprensa e os cinéfilos. “Avatar” (2009) de
James Cameron, a maior bilheteria da história e um dos mais impressionantes
feitos técnicos do cinema, concorreu com o pequeno, tenso e sem concessões
“Guerra ao Terror”, o primeiro filme sobre a recente guerra do Iraque a
conseguir realmente impressionar a Academia. No confronto entre um dos filmes mais
populares de todos os tempos e um que pouquíssima gente viu, o segundo levou a
melhor. A vitória de “Guerra ao Terror” (2008) demonstrou que a Academia pode
até ouvir o gosto popular, mas não se rende a ele facilmente.
por Ivanildo Pereira
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