BASTARDOS INGLÓRIOS
(Inglorious Basterds, 2009, 153 min)
Produção: Estados Unidos / Alemanha
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, Christoph
Waltz, Diane Kruger, Mélanie Laurent, Michael Fassbender, Daniel Brühl.
Existem muitos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. A
maioria são dramas pesados enfocando o Holocausto e o desperdício de vidas,
como “Julgamento em Nuremberg” (1961), “A Lista de Schindler” (1993) e “O
Pianista” (2002). Outros são aventuras, os chamados filmes de “homens em
missão”, como “Os Doze Condenados” (1967) ou “Os Canhões de Navarone” (1961).
Mas é seguro dizer que nunca houve um filme da Segunda Guerra como “Bastardos Inglórios” (2009). O sempre
irreverente Quentin Tarantino, que deve ter visto todos os exemplares
mencionados acima e muitos outros, reinventa o subgênero, combina o drama com a
aventura, subverte a História e faz “o filme de guerra para acabar com todos os
filmes de guerra”.
“Bastardos Inglórios” é centrado em três personagens. Hans
Landa (Christoph Waltz, em atuação vencedora do Oscar) é o “caçador de judeus”,
oficial nazista implacável, mas também bem humorado e pragmático. O americano
Aldo Raine (Brad Pitt) é o comandante do esquadrão dos Bastardos, composto
exclusivamente de soldados de origem judia, responsáveis por provocar terror
nos soldados alemães – eles ora escalpelam seus inimigos, ora os marcam na
testa com suásticas cortadas à faca. Os Bastardos se aliam a oficiais ingleses
na “Operação Kino”, que visa destruir Hitler e o alto comando nazista durante a
sessão de estreia do filme “O Orgulho da Nação” na França ocupada – mas Landa
está no encalço deles. E finalmente temos a francesa Shosanna (Melanie
Laurent), que teve a família assassinada por Landa e busca vingança. Ela é a
dona do cinema parisiense que exibirá o filme – e os destinos de todos
convergirão para a noite de estreia do filme de propaganda nazista.
Rodado na Alemanha e na França, “Bastardos Inglórios” é
outro épico para Tarantino, seguindo a tradição de “Kill Bill” (2004). As
marcas registradas estão todas lá: divisão da narrativa em capítulos, homenagem
a faroestes, filmes de ação e de guerra obscuros, os diálogos primorosos (agora
em várias línguas), cenas tensas, o humor. Os atores estão excelentes – além de
Waltz, Pitt e Melanie, destacam-se ainda Diane Kruger como a estrela de cinema
(e agente dupla) inspirada em Marlene Dietrich; Michael Fassbender como o
oficial britânico que costumava ser crítico de cinema antes da guerra (!); e os
atores alemães Daniel Bruhl e Til Schweiger, além do colega diretor Eli Roth,
que se revela um inesperado bom ator. Acima de tudo, há no filme outra forte
mulher tarantiniana, Shosanna, e suas ações rendem um clímax inesperado e
inesquecível para os cinéfilos de todo o mundo. Ao final da história, o cinema
acaba com a guerra e salva o mundo – apenas Quentin Tarantino poderia ter a
coragem de fazer tal afirmação e transformá-la no filme mais ousado e original
do ano.
INDICAÇÕES (1
vitória):
1. Melhor Filme: Lawrence Bender
2. Melhor Diretor: Quentin Tarantino
3. Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz – venceu
4. Melhor Roteiro Original: Quentin Tarantino
5. Melhor Fotografia: Robert Richardson
6. Melhor Edição: Sally Menke
7. Melhor Edição de Som: Wylie Stateman
8. Melhor Mixagem de Som: Michael Minkler, Tony Lamberti e
Mark Ulano
por Ivanildo Pereira
Um comentário:
adoro Tarantino e a forma como ele revisitou a segunda guerra foi excelente!
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