segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Bastardos Inglórios



BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglorious Basterds, 2009, 153 min)
Produção: Estados Unidos / Alemanha
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, Christoph Waltz, Diane Kruger, Mélanie Laurent, Michael Fassbender, Daniel Brühl.

Existem muitos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. A maioria são dramas pesados enfocando o Holocausto e o desperdício de vidas, como “Julgamento em Nuremberg” (1961), “A Lista de Schindler” (1993) e “O Pianista” (2002). Outros são aventuras, os chamados filmes de “homens em missão”, como “Os Doze Condenados” (1967) ou “Os Canhões de Navarone” (1961). Mas é seguro dizer que nunca houve um filme da Segunda Guerra como “Bastardos Inglórios” (2009). O sempre irreverente Quentin Tarantino, que deve ter visto todos os exemplares mencionados acima e muitos outros, reinventa o subgênero, combina o drama com a aventura, subverte a História e faz “o filme de guerra para acabar com todos os filmes de guerra”.

“Bastardos Inglórios” é centrado em três personagens. Hans Landa (Christoph Waltz, em atuação vencedora do Oscar) é o “caçador de judeus”, oficial nazista implacável, mas também bem humorado e pragmático. O americano Aldo Raine (Brad Pitt) é o comandante do esquadrão dos Bastardos, composto exclusivamente de soldados de origem judia, responsáveis por provocar terror nos soldados alemães – eles ora escalpelam seus inimigos, ora os marcam na testa com suásticas cortadas à faca. Os Bastardos se aliam a oficiais ingleses na “Operação Kino”, que visa destruir Hitler e o alto comando nazista durante a sessão de estreia do filme “O Orgulho da Nação” na França ocupada – mas Landa está no encalço deles. E finalmente temos a francesa Shosanna (Melanie Laurent), que teve a família assassinada por Landa e busca vingança. Ela é a dona do cinema parisiense que exibirá o filme – e os destinos de todos convergirão para a noite de estreia do filme de propaganda nazista.

Rodado na Alemanha e na França, “Bastardos Inglórios” é outro épico para Tarantino, seguindo a tradição de “Kill Bill” (2004). As marcas registradas estão todas lá: divisão da narrativa em capítulos, homenagem a faroestes, filmes de ação e de guerra obscuros, os diálogos primorosos (agora em várias línguas), cenas tensas, o humor. Os atores estão excelentes – além de Waltz, Pitt e Melanie, destacam-se ainda Diane Kruger como a estrela de cinema (e agente dupla) inspirada em Marlene Dietrich; Michael Fassbender como o oficial britânico que costumava ser crítico de cinema antes da guerra (!); e os atores alemães Daniel Bruhl e Til Schweiger, além do colega diretor Eli Roth, que se revela um inesperado bom ator. Acima de tudo, há no filme outra forte mulher tarantiniana, Shosanna, e suas ações rendem um clímax inesperado e inesquecível para os cinéfilos de todo o mundo. Ao final da história, o cinema acaba com a guerra e salva o mundo – apenas Quentin Tarantino poderia ter a coragem de fazer tal afirmação e transformá-la no filme mais ousado e original do ano.

INDICAÇÕES (1 vitória):
1. Melhor Filme: Lawrence Bender
2. Melhor Diretor: Quentin Tarantino
3. Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz – venceu
4. Melhor Roteiro Original: Quentin Tarantino
5. Melhor Fotografia: Robert Richardson
6. Melhor Edição: Sally Menke
7. Melhor Edição de Som: Wylie Stateman
8. Melhor Mixagem de Som: Michael Minkler, Tony Lamberti e Mark Ulano

por Ivanildo Pereira

Um comentário:

Serginho Tavares disse...

adoro Tarantino e a forma como ele revisitou a segunda guerra foi excelente!