domingo, 9 de setembro de 2012

Um Homem Sério



UM HOMEM SÉRIO (A Serious Man¸2009, 106 min)
Produção: Estados Unidos / Reino Unido / França
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Roteiro: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco: Michael Stuhlbarg, Richard Kind, Fred Melamed, Sari Lennick, Aaron Wolff, Peter Breitmayer, Ari Hoptman.

Ironia é uma característica usual dentro do cinema dos irmãos Coen. Uma característica não, fator predominante em praticamente todos os seus filmes. Não posso considerar isso um fato já que o cinema dos irmãos Coen nunca me chamou muito a atenção, mas, posso dizer que "Um Homem Sério" (2009) me pareceu totalmente apropriado, ou seja: um bom filme. Acontece que, falar de um filme da dupla é a mesma coisa que falar da filmografia completa, mas creio que seja um fator interessante este de analisar o filme e não o conjunto da obra. Portanto, isso é uma pequena análise (não literalmente) sobre o filme em si e não por todo o resto. Acho plausível frisar esta característica já que o texto não ficou muito informal, mas ainda sim, apropriado para o contexto sugerido dentro do próprio filme (a ironia de ironizar outra ironia, ou algo assim).

Encarar "Um Homem Sério" não é uma tarefa simples. A sua história não é complexa e entender o que irmãos Coen querem dizer com ela também não, mas ainda sim é um filme difícil, não sei dizer com exatidão o motivo d'eu ter chegado nesta conclusão, mas, "Um Homem Sério" não é um filme inesquecível ou agradável. Acompanhamos a vida do Professor de matemática, Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg). Um bom sujeito que, de uma hora para a outra, vê a sua vida desmoronar com a traição de sua esposa com o seu melhor amigo, seus filhos desmiolados e sua inconsistência no trabalho. Larry tenta ser o mais passivo possível para contornar a situação, mas o seu desejo de largar tudo é tão grande que só resta questionar as decisões "sagradas". Larry é extremamente religioso e começa a questionar se isso realmente estava nos planos de Deus. Afinal, será que Deus seria tão egoísta assim? Larry questiona e busca por uma ajuda praticamente inexistente. Deus não estava ao seu lado quando precisava. A ironia contida nesta situação é tão grande que o humor negro se perde.

"Um Homem Sério" se prende a situações e no jeito inocente do seu personagem. Aponta para vários gêneros, mas não encontra consistência em nenhum deles. Não é drama, romance e muito menos possui um humor ácido para arrancar um sorriso amarelo. Claro, o humor negro está ali junto da ironia, mas os dois fatores são usados apenas como escapismo para tapar algo ou nivelar a falta de assunto. O filme possui um tema interessante, mas ainda sim não empolga. O seu impactante final surge em um momento inapropriado e deixa dúvidas no ar. Claro que é um clichê do gênero, mas totalmente desnecessário com todo o contexto criado dentro do filme. Deste modo, as indicações do filme ao Oscar 2010 (inclusive à Melhor Filme) apenas comprovam que a Academia realmente resolveu adotar os irmãos Coen. Lembrando que, o filme em si não é ruim, só não é merecedor de ser vangloriado ou classificado como um grande filme ou clássico. Passa bem longe dessas duas conseqüências. Interessante e enfadonho seriam duas palavras perfeitas para descrever o filme.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme: Ethan Coen e Joel Coen
2. Melhor Roteiro Original: Ethan Coen e Joel Coen

por Alan Raspante

2 comentários:

Luís disse...

Acho o filme bastante chato, mas acho que penso isso sobretudo porque não entendo muito bem o humor do filme.

Renan disse...

nossa, concordo com o Luis. acho o filme BEM boring, mas talvez seja porque eu não o entendi mesmo.