UM HOMEM SÉRIO (A Serious Man¸2009, 106 min)
Produção: Estados Unidos / Reino Unido /
França
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Roteiro: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco: Michael Stuhlbarg, Richard
Kind, Fred Melamed, Sari Lennick, Aaron Wolff, Peter Breitmayer, Ari Hoptman.
Ironia é uma característica usual dentro do cinema dos
irmãos Coen. Uma característica não, fator predominante em praticamente todos
os seus filmes. Não posso considerar isso um fato já que o cinema dos irmãos
Coen nunca me chamou muito a atenção, mas, posso dizer que "Um Homem Sério" (2009) me pareceu totalmente apropriado,
ou seja: um bom filme. Acontece que, falar de um filme da dupla é a mesma coisa
que falar da filmografia completa, mas creio que seja um fator interessante
este de analisar o filme e não o conjunto da obra. Portanto, isso é uma pequena
análise (não literalmente) sobre o filme em si e não por todo o resto. Acho
plausível frisar esta característica já que o texto não ficou muito informal,
mas ainda sim, apropriado para o contexto sugerido dentro do próprio filme (a
ironia de ironizar outra ironia, ou algo assim).
Encarar "Um Homem Sério" não é uma tarefa
simples. A sua história não é complexa e entender o que irmãos Coen querem
dizer com ela também não, mas ainda sim é um filme difícil, não sei dizer com
exatidão o motivo d'eu ter chegado nesta conclusão, mas, "Um Homem
Sério" não é um filme inesquecível ou agradável. Acompanhamos a vida do
Professor de matemática, Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg). Um bom sujeito que,
de uma hora para a outra, vê a sua vida desmoronar com a traição de sua esposa
com o seu melhor amigo, seus filhos desmiolados e sua inconsistência no
trabalho. Larry tenta ser o mais passivo possível para contornar a situação,
mas o seu desejo de largar tudo é tão grande que só resta questionar as
decisões "sagradas". Larry é extremamente religioso e começa a
questionar se isso realmente estava nos planos de Deus. Afinal, será que Deus
seria tão egoísta assim? Larry questiona e busca por uma ajuda praticamente inexistente.
Deus não estava ao seu lado quando precisava. A ironia contida nesta situação é
tão grande que o humor negro se perde.
"Um Homem Sério" se prende a situações e no
jeito inocente do seu personagem. Aponta para vários gêneros, mas não encontra consistência
em nenhum deles. Não é drama, romance e muito menos possui um humor ácido para
arrancar um sorriso amarelo. Claro, o humor negro está ali junto da ironia, mas
os dois fatores são usados apenas como escapismo para tapar algo ou nivelar a
falta de assunto. O filme possui um tema interessante, mas ainda sim não
empolga. O seu impactante final surge em um momento inapropriado e deixa
dúvidas no ar. Claro que é um clichê do gênero, mas totalmente desnecessário
com todo o contexto criado dentro do filme. Deste modo, as indicações do filme
ao Oscar 2010 (inclusive à Melhor Filme) apenas comprovam que a Academia
realmente resolveu adotar os irmãos Coen. Lembrando que, o filme em si não é
ruim, só não é merecedor de ser vangloriado ou classificado como um grande
filme ou clássico. Passa bem longe dessas duas conseqüências. Interessante e
enfadonho seriam duas palavras perfeitas para descrever o filme.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme: Ethan Coen e Joel Coen
2. Melhor Roteiro Original: Ethan Coen e Joel Coen
por Alan Raspante
2 comentários:
Acho o filme bastante chato, mas acho que penso isso sobretudo porque não entendo muito bem o humor do filme.
nossa, concordo com o Luis. acho o filme BEM boring, mas talvez seja porque eu não o entendi mesmo.
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