segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Elizabeth


ELIZABETH (idem, 1998, 124 min)
Produção: Reino Unido
Diretor: Shekhar Kapur
Roteiro: Michael Hirst
Elenco: Cate Blanchett, Joseph Fiennes, Geoffrey Rush, Christopher Eccleston, Richard Attenborough, Fanny Ardant, Eric Cantona, Vincent Cassel, John Gielgud, Daniel Craig.

Conspirações, intrigas e suspense – esses elementos dão o tom de “Elizabeth” (1998), a vigorosa dramatização da juventude e os primeiros anos do reinado daquela que ficou conhecida como “rainha virgem” e que assumiu o trono numa época tumultuada da história inglesa. Nascida em meio ao confronto entre católicos e protestantes (e com a ameaça de uma guerra contra a França batendo à porta), a jovem Elizabeth se vê forçada a entrar no jogo perigoso do poder. Cate Blanchett, na época ainda pouco conhecida, conseguiu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz com esse papel. Ela mostra de forma impressionante a transformação de sua personagem, de menina assustada a mulher fria e poderosa.

Dirigido pelo indiano Shekhar Kapur e com roteiro de Michael Hirst (que voltou aos dramas e intrigas da realeza como criador da série “The Tudors”, de 2007), “Elizabeth” é um filme ágil e interessante, com uma produção impecável – a direção de arte e os figurinos foram indicados ao Oscar. No grande elenco, temos um fantástico Geoffrey Rush no papel do ambíguo Walsingham, que se torna o principal conselheiro da rainha; Christopher Eccleston faz o sinistro Duque de Norfolk; Vincent Cassel rouba algumas cenas com sua divertida interpretação do Duque D’Anjou; e Joseph Fiennes, como o interesse romântico de Elizabeth, Robert Dudley – o homem que ela amava e paradoxalmente não pôde ter, apesar do seu poder. Em papéis menores, marcam presença ainda a francesa Fanny Ardant, o diretor e também ator Richard Attenborough, o lendário sir John Gielgud e Daniel Craig, num dos seus primeiros papeis no cinema como um monge assassino.

Kapur e Hirst dão à história um tom de “O Poderoso Chefão” (1972) – as lutas pelo poder, as reuniões sombrias e secretas e os assassinatos não estão tão distantes do épico mafioso – e a trajetória de Elizabeth é semelhante à de Michael Corleone. Acima de tudo, esta é a historia de uma mulher que se tornou a mais poderosa do mundo e deu sua vida pelo país, mesmo perdendo sua alma no processo. Em 2007, Blanchett, Kapur e Hirst se reuniram para uma fraca e dispensável continuação, “Elizabeth: A Era de Ouro”. Mas o brilho deste primeiro filme não se apaga. Uma aula de história e um trabalho empolgante e muito cinematográfico.

INDICAÇÕES (1 vitória):
1. Melhor Filme: Alison Owen, Tim Bevan e Eric Fellner
2. Melhor Atriz: Cate Blanchett
3. Melhor Fotografia: Remi Adefarasin
4. Melhor Direção de Arte: John Myhre e Peter Howitt
5. Melhor Figurino: Alexandra Byrne
6. Melhor Maquiagem: Jenny Shircore – venceu
7. Melhor Trilha Sonora Original (Drama): David Hirschfelder

por Ivanildo Pereira

Um comentário:

Luís disse...

Acho que o filme tem seus grandes aspectos na maquiagem figurino e fotografia, intercalando bons momentos de iluminação com momentos trevosos. Cate Blanchett só não consegue um desempenho mais notável porque o filme não a ajuda muito, senão decerto seria uma das melhores interpretações de sua carreira.