domingo, 6 de janeiro de 2013

Melhor Ator Coadjuvante / Melhor Atriz Coadjuvante




INDICADOS:
- Alec Guinness por Little Dorrit (1988)
- Dean Stockwell por “De Caso com a Máfia” (1988)
- Kevin Kline por “Um Peixe Chamado Wanda” (1988)
- Martin Landau por “Tucker – Um Homem e Seu Sonho (1988)
- River Phoenix por “O Peso de um Passado” (1988)

A categoria Melhor Ator Coadjuvante apresenta duas características interessantes. Talvez a menos curiosa seja em relação aos indicados – dos cinco, apenas um deles não era novato no Oscar. Alec Guinness, o único indicado que já havia concorrido anteriormente, é na verdade muito veterano – não apenas concorrera antes nessa mesma categoria, como também fora indicado duas outras vezes como Melhor Ator (sagrou-se vitorioso em 1958 por “A Ponte do Rio Kwai”, de 1957) e, ainda, uma vez na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Assim, Guinness chegou em 1989 à sua quinta indicação, a qual se deu pelo filme Little Dorrit, um épico de quase seis horas adaptado do romance homônimo de Charles Dickens. Em tempo, Guinness, nascido em Londres, é também o único ator não-estadunidense e, aos 75 anos, o mais velho dentre os concorrentes.

A segunda característica interessante – e esta bastante peculiar – é justamente o vencedor: Kevin Kline. O ator de 42 anos, ao vencer, integrou um grupo seleto – pode-se dizer bem seleto – de atores cujas vitórias ocorreram por uma interpretação puramente cômica. Como Otto, o namorado-problema de Wanda na comédia inglesa “Um Peixe Chamado Wanda”, Kevin Kline se aventura numa série de desventuras a fim de ajudar Wanda a retomar um diamante roubado por eles que, ironicamente, acabou roubado deles. Dean Stockwell, assim como Kline, foi nominado por uma atuação cômica. Indicado pelo filme “De Caso com a Máfia”, no qual interpreta o mafioso Tony Russo, homem responsável pelo constante temor de Angela de Marco, personagem de Michelle Pfeiffer. Stockwell, 53 anos, já estava há muito tempo no cinema: suas participações em filmes começaram nos anos 40, tendo o ator participado ainda enquanto criança de filmes como “O Vale da Decisão” (1945), “Anos de Ternura” (1946) e “A Luz É para Todos” (1947), talvez esse seu mais famoso da infância, no qual interpretou o filho de Gregory Peck.

Abe Karatz, o homem que formou parceria com Preston Tucker e que o ajudou a conceber seu modelo de carro tão sonhado, foi interpretado por Martin Landau no filme “Tucker – Um Homem e Seu Sonho”, o que lhe rendeu uma indicação aos 61 anos como Melhor Ator Coadjuvante. Landau é o único dos indicados a ser novamente indicado: o ator ainda competiria no ano seguinte pelo filme “Crimes e Pecados” (1989) e em 1995 pela cinebiografia dirigida por Tim Burton “Ed Wood” (1994), vencendo então. River Phoenix, que com 19 anos era o mais novo, recebeu sua primeira e única indicação por interpretar um jovem cujos pais são foragidos da polícia por, à época de suas ações como ativistas antibélicos, terem explodido napalm num laboratório, resultando numa vida de constante fuga, o que também implica em transtorno na vida dos filhos. Phoenix, irmão de Joaquin Phoenix, apesar de ser o mais novo nominado, seria o primeiro a falecer (em 1993), vitimado por uma parada cardíaca devido à overdose.



INDICADAS:
- Frances McDormand por “Mississipi em Chamas” (1988)
- Geena Davis por “O Turista Acidental” (1988)
- Joan Cusack por “Uma Secretária de Futuro” (1988)
- Michelle Pfeiffer por “Ligações Perigosas” (1988)
- Sigourney Weaver por “Uma Secretária de Futuro” (1988)

A categoria Melhor Atriz Coadjuvante, assim como a correspondente masculina, apresentou uma única atriz que já havia concorrido anteriormente: Sigourney Weaver, que já concorrera em 1987 por “Alien, o Resgate” (1986) e que naquele mesmo ano concorria também na categoria feminina principal por “Nas Montanhas dos Gorilas” (1988). Porém, diferentemente da categoria Melhor Ator Coadjuvante, todas as atrizes indicadas aqui foram nominadas por um filme que também foi indicado à categoria Melhor Filme. Também em oposição à categoria masculina, todas as indicadas são americanas, sendo Weaver a mais velha delas, com 39 anos.

“Uma Secretária de Futuro”, de Mike Nichols, rendeu indicações a duas atrizes, o que não é incomum devido à indicação de duas colegas de elenco, mas é incomum devido ao gênero do filme – comédia. Assim, tanto Joan Cusack, como a amiga exagerada de Tess McGill (Melanie Griffith, indicada como Melhor Atriz), quanto Sigourney Weaver, como a chefe oportunista da protagonista, receberam indicações. Quanto a Cusack, com 27 anos à época de sua primeira indicação, talvez o mais curioso seja o fato de que as duas indicações que a atriz recebeu em sua carreira (nesse ano e em 1998 por “Será Que Ele É?”, de 1997) ocorreram por interpretações cômicas. Quanto a Weaver, a atriz já havia sido indicada uma vez e repetiria o feito nesse ano, tornando-se um dos poucos intérpretes a conquistar nominações nas duas categorias de atuação possíveis. Já Geena Davis, a atriz vencedora, conquistou seu prêmio aos 33 anos, e seria indicada como Melhor Atriz três anos depois, pelo filme “Thelma e Louise” (1991). Como Muriel Pritchett, uma adestradora de cães que sempre flerta com Macon Leary em “O Turista Acidental”, Davis foi nominada e premiada com uma interpretação que intercambia drama e humor.

As duas últimas concorrentes são Michelle Pfeiffer e Frances McDormand. Pfeiffer foi nominada no drama de época “Ligações Perigosas”, no qual interpreta Madame de Tourvel, uma mulher envolvida no jogo de sedução estabelecido pela Marquesa de Merteuill e o Visconde de Valmont, representados respectivamente por Glenn Close e John Malkovich. A atriz, à época com 31 anos, havia feito seu debute no cinema em 1980, havia já participado de grandes filmes, como “Scarface” (1983), e seria indicada ainda mais duas vezes na categoria Melhor Atriz em 1990 e 1993 por “Susie e os Baker Boys” (1989) e “As Barreiras do Amor” (1992), respectivamente. Já McDormand concorreu pela sua interpretação como a esposa assustada de um membro da Klu Klux Klan no filme “Mississipi em Chamas”. Dentre as indicadas, é a que mais vezes concorreu ao Oscar em sua carreira, tendo sido nominada quatro vezes: concorreria ainda em 1997 como Melhor Atriz por “Fargo” (1996) e de novo como Melhor Atriz Coadjuvante em 2001 por “Quase Famosos” (2000) e em 2006 na mesma categoria por “Terra Fria” (2005).

por Luís Adriano de Lima

Um comentário:

Serginho Tavares disse...

Kevin Kline sempre ótimo mereceu o prêmio apesar de todos os outros indicados estarem muito bem!
Geena Davis, sinceramente não achei que merecesse afinal Michelle Pfeiffer por “Ligações Perigosas” é bem melhor